O presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, não acredita que Benfica e FC Porto sejam capazes de manter o investimento no futebol realizado noutras temporadas. «Se vão continuar a apostar forte? É você que o está a dizer. Eu tenho as minhas dúvidas de que vão apostar forte. Há uma altura na vida em que ir à padaria comprar pão custa dinheiro», adiantou esta quinta-feira na apresentação dos resultados da oferta pública de subscrição de obrigações da Sporting SAD, que decorreu na Euronext Lisbon.

Numa sessão que terminou com uma roda de perguntas e respostas, Bruno de Carvalho admitiu que queria mais do que o terceiro lugar no campeonato, reiterando que a eventual conquista da Taça de Portugal não salva a época. «Já disse várias vezes que o objetivo principal era o de ser campeão. (...) Havemos de gerir o Sporting Clube de Portugal sempre para ganhar. No dia em que a parte desportiva deixar de corresponder, a parte financeira pode sofrer com isso», referiu.

Bruno de Carvalho disse não ter ainda nada para acrescentar relativamente à continuidade de Marco Silva à frente da equipa técnica, chutou para canto uma questão sobre o alegado interesse dos leões em Jorge Jesus e desmentiu estar em conversações para garantir Rui Vitória para a próxima época. «É verdade que almocei com Júlio Mendes [presidente do V. Guimarães] e o almoço foi extremamente agradável, mas não teve nada a ver com jogadores e treinadores.»

«Sabemos o que é o Sporting, o valor que o Sporting e o que pretendemos. Não vamos fazê-lo [o negócio] de qualquer forma. Estamos a negociar calmamente», disse ainda sobre o patrocinador das camisolas da equipa de futebol para a próxima época.

Sobre a operação de subscrição de obrigações, o dirigente considerou-a «um sucesso». O montante colocado foi de 30 milhões de euros (6 milhões de obrigações com preço unitário de subscrição de 5 euros) e foi relevado que a procura (15.425.627) superou em 2,57 vezes a oferta.

O novo empréstimo obrigacionista vai ser utilizado para pagar o anterior (20 milhões) mais pagar juros de quase dez por cento e ainda para fazer face a despesas correntes do clube. Sobra, por isso, uma verba residual para aplicar na aquisição de jogadores. A estratégia é, por isso, outra: «Temos feito a renovação de contratos de jovens atletas e isso passa por melhorias salarias», esclareceu o dirigente.

Operações da Sporting SAD para 2015/18 e comparação com os quatro períodos anteriores: