Goleada vistosa do Famalicão num palco com dimensões para a Liga. 4-0 na triste despedida do Fafe, o primeiro triunfo desde 2006 sobre o histórico rival. Rivalidade das antigas, sem reflexos evidentes no terreno de jogo. Duelo intenso, duro por vezes, mas sem maldade.
 
O FC Famalicão segue para os oitavos-de-final da Taça de Portugal ao garantir um saboroso triunfo sobre a Associação Desportiva de Fafe. Dois clubes que se encontram no Campeonato Nacional de Seniores mas têm historial de passagens pelo escalão principal.

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Neste sábado, a equipa local foi mais feliz e garantiu uma vantagem importante com proveito de erros alheios. O Famalicão esteve melhor durante largos períodos do encontro, de qualquer forma, não se mostrando abalado pelos últimos resultados no campeonato.
 
O guarda-redes Marçal largou uma bola na pequena área, a caminho do intervalo, e o Fafe nunca mais recuperou. Mércio inaugurou a contagem, aproveitando essa falha do jovem fafense, e Chico fez o resto.
 
Na etapa complementar, o avançado cavou o fosso entre as partes. Primeiro, a aproveitar uma fatal hesitação do experiente Ricardo Fernandes. O central não conseguiu afastar, Chico e Mércio seguiram para a área mas o português quis resolver por conta própria. O primeiro remate foi intercetado. À segunda, de cabeça, o 2-0.
 
Agostinho Bento, treinador do Fafe, queimou as substituições para tentar inverter o rumo do encontro mas seria Chico a festejar novamente, ao minuto 70. Ricardo Fernandes perdeu o duelo com o ponta-de-lança, que rodou na área e atirou de pé esquerdo para o fundo das redes.
 
O Famalicão de Daniel Ramos confirmava a sua superioridade, mesmo jogando sem elementos como o lateral João Pedro ou o avançado João Paulo, com experiência de Liga.
 
Mércio comandava no setor intermediário, Feliz e Diego Medeiros criavam desequilíbrios nos flancos ofensivos (os dois laterais do Fafe viram o cartão amarelo demasiado cedo, ficando por isso condicionados) e Chico esperava pelas oportunidades lá na frente.

«Um grande é sempre bem-vindo em Famalicão»
 
A equipa visitante depositava esperanças na qualidade técnica – assinalável – de João Nogueira e capacidade física do avançado Sócrates, irmão com nítidas parecenças com Cícero (Paços de Ferreira).
 
Faltou inspiração, ainda assim, e capacidade de resistência aos erros cometidos.

Os homens de Agostinho Bento perderam a motivação com o avolumar do resultado e nem conseguiram aproveitar uma vantagem numérica temporária. Jorge Miguel viu o segundo cartão amarelo ao minuto 73 mas seria o Famalicão, jogando com dez, a chegar novamente ao golo.
 
Correia e Diogo Torres, vindos do banco de suplentes, garantiram a goleada. O primeiro cabeceou para defesa incompleta de Marçal, após cruzamento na esquerda, o segundo assinou o 4-0.
 
O Fafe, em tarde para esquecer, perderia João Nogueira por expulsão a poucos minutos do final. Por essa altura, os seus adeptos estavam já resignados, enquanto os locais faziam a festa. Vitória sem margem para dúvidas. 

Treinador do Fafe deseja «as maiores felicidades ao Famalicão»