O Grupo Desportivo Vilar de Perdizes vai receber o FC Porto, a 20 de outubro, em jogo da terceira eliminatória da Taça de Portugal, mas ainda não se sabe onde se vai realizar o jogo, depois de ter falhado um acordo com o município de Montalegre que fala na imposição de condições «despropositadas e de teor condenável» para a realização do jogo na sede de concelho.

O Estádio Dr. Diogo Vaz Pereira, em Montalegre, seria o palco do grande jogo, mas a autarquia do distrito de Vila Real anunciou esta segunda-feira, em comunicado divulgado nas redes sociais e assinado pela autarca Fátima Fernandes, que o município fez saber que «colocou à disposição da direção do clube vilarense as mesmas condições oferecidas ao [Centro Desportivo e Cultural] de Montalegre» aquando da receção ao Benfica, nos oitavos de final da Taça de Portugal, na época de 2018/19.

De acordo com a autarquia barrosã, após reunião com o clube, ficou acordado «financiar todas as despesas decorrentes do jogo que se perspetiva, a saber iluminação, bancadas, videovigilância e outras, a exemplo do que já aconteceu com o Benfica» e avaliadas em mais de 100 mil euros.

A autarquia foi informada pela direção do Vilar de Perdizes que o clube «só aceitaria realizar o jogo no Estádio Dr. Diogo Vaz Pereira, em Montalegre, se o município cumprisse uma série de condições completamente despropositadas e de teor condenável».

Segundo o município, o emblema transmontano exigiu que o mesmo assumisse, por escrito e no prazo de um ano, a realização de todas as obras necessárias no Campo Municipal da Lage, casa do Vilar de Perdizes, ou a construção de um novo estádio na aldeia que cumprisse as exigências da Federação Portuguesa de Futebol para a realização dos seus jogos oficiais.

Os «guerreiros da raia» exigiram, ainda, que lhes fosse entregue «o gozo, uso e fruição em exclusivo» do Campo Municipal «por um período de 20 anos», local onde o clube se comprometia, em contrapartida, a realizar «todos os jogos de todas competições» da equipa principal.

A autarquia de Montalegre viu estas exigências como «uma atitude de chantagem, inqualificável e inadmissível», considerando que colocam «em causa o bom nome e o saber estar entre as instituições», referindo, ainda, que o clube pretendeu «impor coimas ao município em caso de incumprimento de um hipotético acordo imposto».

«A Câmara Municipal jamais poderia pactuar com o comportamento reprovável da direção desta nobre instituição desportiva concelhia, lamentando, ao mesmo tempo, que caia por terra mais uma jornada de promoção do município que seria de festa e orgulho barrosão e que passa a ser um dos mais tristes episódios desportivos registados entre nós», lê-se no mesmo comunicado.

A agência Lusa contactou o presidente do Grupo Desportivo Vilar de Perdizes, Márcio Rodrigues, que referiu que a prioridade do clube, neste momento, «não é criar alarido mas arranjar uma solução para o jogo [com o FC Porto]», avançando que o clube irá prestar «esclarecimentos amanhã [terça-feira]».

O Vilar de Perdizes, sexto classificado da Série A do Campeonato de Portugal, recebe o FC Porto, vencedor da Taça de Portugal por 19 vezes, a 20 de outubro, às 20h45, num estádio ainda a definir.