O Vitória de Setúbal marcou cedo em Penafiel e escreveu o apuramento para os oitavos de final da Taça de Portugal com goleada. Contenção e gestão na magra vantagem, até à experiência e frieza para sentenciar, quando os durienses mais ameaçavam o empate. Qualificação traduzida no bis de Nuno Valente, num golo de Cadiz e outro de Mendy. O Penafiel sai, após ter chegado a esta fase com vitórias na Trofa e em Fafe.

Três golos em doze minutos na segunda parte foram pena pesada para os da casa, quando a procura do empate parecia ideia assente após o 0-1 ao intervalo. Só que o Vitória não deixou. Foi matreiro. Resolveu a questão sem horas extra.

Com muitas alterações face ao jogo da Taça da Liga, ante o Tondela, mas com um onze idêntico ao figurino no campeonato, Lito Vidigal mostrou não confiar em facilidades em Penafiel. Também não as esperava Armando Evangelista, ao lançar quase todas as habituais escolhas.

Certo é que o golo de Nuno Valente, aos seis minutos, alterou uma hipotética ordem natural do jogo. Um remate espetacular em vólei, na sequência de um livre, deu uma vantagem que nunca mais fugiu a Lito Vidigal e aos seus.

Tudo isso fruto da competência do Vitória em gerir o jogo, beneficiando, muitas vezes, da envergadura física e do poder de antecipação dos seus homens.

O Penafiel foi tentando explorar a velocidade de Ludovic e Caetano, mas só reagiu com afinco depois da meia hora, com lances de bola parada à atenção de Cristiano. No entanto, foi o Vitória a estar mais perto de ampliar a vantagem, num remate de Mikel, à malha lateral (38’).

Penafiel-V. Setúbal, 1-4: ficha e filme do jogo

A equipa da casa, após reclamar um penálti em cima do descanso, por alegada mão de Mano, apareceu com categoria e coragem no reatamento à procura do empate. Mas as hipóteses de recuperação caíram praticamente por terra ao minuto 58. A cruzamento de Mendy, Nuno Valente bisou antes de ser substituído. Rude golpe para os locais.

Evangelista apostou logo em Pires para operar eventual recuperação. Só que 0-2 foi, não só difícil de digerir para o Penafiel, como um embalo para os setubalenses. Seis minutos bastaram para Cadiz fazer o terceiro golo, sem oposição na baliza, após Bessa ter picado a bola perante Ivo Gonçalves. E outros tantos para Mendy, num remate colocado à meia volta, ser eficaz e assinar o 0-4 na folha.

Com o apuramento praticamente escrito, o Vitória geriu, não permitiu surpresas, mas ainda errou: Pires foi astuto, aproveitou um mau atraso para Cristiano e fez uma chapelada para o tento de honra do Penafiel, que acabou o jogo com dez, por lesão de Luís Dias, já com as substituições esgotadas.

Pela pena de Valente e com embalo até à goleada, assim carimbou o Vitória a passagem aos «oitavos».

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Jogo realizado no Estádio Municipal 25 de abril, em Penafiel.

Espetadores: 776.

Árbitro: Manuel Mota, auxiliado por Jorge Fernandes e Pedro Fernandes (AF Braga).

PENAFIEL: Ivo Gonçalves; Luís Dias, Luís Pedro, João Paulo, Daniel Martins; Romeu Ribeiro, Vasco Braga, Tiago Ronaldo (Fernandinho, 65’); Caetano (Rafa Sousa, 77’), Ludovic, Areias (Pires, 59’). Treinador, Armando Evangelista.

VITÓRIA FC: Cristiano; Mano, Dankler, Vasco Fernandes, Nuno Pinto; José Semedo, Mikel, Nuno Valente (Rúben Micael, 60’); Éber Bessa (Zequinha, 73’), Valdu Té (Cadiz, 46’), Mendy. Treinador, Lito Vidigal.

Disciplina – cartões amarelos: Nuno Pinto, 10’, Valdu Té, 23’, Luís Pedro, 53’, Mendy, 62’, Dankler, 81’. Cartões vermelhos: nada a registar.

Marcador: Nuno Valente, 6’ e 58’, Cadiz, 64’, Mendy, 70’, Pires, 80'.