Declarações do treinador do Vizela, Rubén de la Barrera, na sala de imprensa do Estádio do FC Vizela, após a derrota por 2-1 ante o Benfica, em jogo dos quartos de final da Taça de Portugal:

[Depois do golo aos 68m, o que faltou para algo mais:] «Não é o que faltou. É o que falta. Estamos num período de construção. Chegaram novos jogadores, que dão dinâmica diferente. Este era um jogo de nível. O que falta: quando chegamos ao meio-campo contrário, ter muitas ocasiões, mais pausa. E que essa pausa permita ataques mais longos. Temos de discriminar os momentos. Se superamos uma pressão alta, a seguir é ser-se vertical. Mas, aí, é fundamental e necessário perceber se podemos ganhar as costas da linha defensiva, ou ir por fora. E se isso não acontece, o que temos de fazer é ficar no meio-campo contrário e jogar. Isso consegue-se com tempo. Ao precipitarmo-nos no meio-campo contrário e ao chocar contra os adversários, o que normalmente vai acontecer é que tens de correr para trás. Contra este tipo de adversários, se não asseguras através do ataque que todos os jogadores do Benfica estão a defender baixo, qualquer perda coloca-nos a correr para trás.»

[O que tira de positivo do jogo, em que no final a equipa foi bastante aplaudida pelos adeptos:] «Os adeptos estão conscientes da situação. Eu sinto que não temos o tempo que eu gostaria para estabelecer este processo, que se fundamenta na competição, na necessidade e na urgência de pontos. É a realidade. Convivem aqui duas coisas. A primeira é a necessidade e a urgência de somar e, por outro lado, os aspetos do jogo em que temos de ser competitivos. Ter possibilidades de ser melhores do que os adversários e ganhar os jogos. Normalmente, quando se está nestas situações, só se fala dos resultados, que há que ganhar, ganhar, ganhar. Evidente que é para ganhar. Mas é importantíssimo – e não somos o Sporting, o Benfica ou o FC Porto – o que temos de fazer em termos coletivos e de organização, para estar mais perto de ganhar. Sinto muito orgulho pelo jogo de hoje, porque na cabeça dos jogadores não é bem a Taça, é tudo o que está a acontecer. Toda essa série de situações, de resultados nos últimos jogos. Pesa. Ainda assim, sinto crescimento, maior personalidade, gerir cada momento da melhor maneira. Curiosamente, e tenho isto muito claro, um resultado positivo vai disparar e multiplicar o rendimento da equipa. Espero que aconteça na terça-feira, contra o Gil Vicente.»

«O que eu quero é ver um Vizela a ser grande, a atacar com bola, isso multiplica o valor dos jogadores. No momento defensivo, uma equipa que corra, que defenda de maneira coletiva e comprometida com o que temos. Em alguns momentos o objetivo será recuperar a bola. Então, é sentir ser uma equipa grande com bola, defendermos todos e fazê-lo com ritmo e intensidade. Eu quero ganhar por aquilo que falo, não pela casualidade.»