Na antevisão do encontro já se esperava algum favoritismo do Estoril perante o Penafiel, equipa que disputa o segundo escalão do futebol português. Ainda assim, a entrada no jogo revelou ser mais equilibrada do que seria de prever.

A equipa de Paulo Alves visitou a Amoreira ciente das dificuldades que o Estoril impõe em casa, mas desde o apito inicial a atitude dos nortenhos foi tudo menos tímida. Talvez por isso não seja de estranhar o que aconteceu pouco depois.

Aproveitando a estratégia de risco do Penafiel, o Estoril foi aproveitando os espaços e, aos poucos, conseguiu chegar com perigo à baliza de Júlio Coelho. Curiosamente, os estorilistas acabaram por abrir o marcador não na sequência de uma jogada construída, mas de um ressalto.

Aos 11 minutos da partida, Leo Bonatini, quem mais, aproveitou uma bola perdida junto à área do Penafiel, ativou o instinto matador e não perdoou. Pegou na bola, contornou o guarda-redes, que tentou ao máximo fazer a mancha, e rematou já com pouco ângulo para a baliza deserta. O ponta-de-lança brasileiro fez o nono golo desta temporada.

Em resposta ao golo, o Penafiel investiu mais no ataque, sobretudo pelo meio do terreno, na tentativa de arranjar espaço para colocar a bola no seu homem mais adiantado Bata, um portento de força.

A estratégia de Paulo Alves surtiu algum efeito, e o Penafiel conseguiu levar maior perigo à baliza de Kieszek. No entanto, a aposta no ataque trouxe mais fragilidades atrás e o Estoril aproveitou bem essa situação, investindo mais em saídas rápidas. Com avançados velozes, os da Linha conseguiram causar calafrios à defesa adversária, no entanto sem grande eficácia.

A vitamina dos titulares

A toada manteve-se assim durante vários minutos, pelo menos até à lesão de Babanco, que abandonou o relvado aos 37 minutos. Fabiano Soares fez entrar o habitual titular Anderson Luís, trocando Mano para o lado esquerdo da defesa e, a partir daí, o Estoril começou a assumir as rédeas do jogo novamente.

Antes do apito para o descanso, o Penafiel teve uma boa oportunidade para igualar a partida, mas não soube aproveitar da melhor maneira um erro de Kieszek. Ainda se pediu penalti na sequência do lance, mas o árbitro Hugo Miguel mandou seguir, apitando para o intervalo pouco depois.

FILME DO JOGO

No segundo tempo, o Penafiel entrou mais atrevido e desde cedo começou a levar perigo à baliza de Kieszek. Paulo Alves mexeu na estratégia ofensiva da equipa, colocando Bata na esquerda. O ponta-de-lança levou quase sempre a melhor sobre Mano, no um para um, e municiou grande parte das investidas penafidelenses no segundo tempo.

Ainda assim, à passagem do minuto 50, Mattheuzinho teve nos pés a melhor oportunidade do encontro para o Estoril dilatar a vantagem. Depois de uma bonita jogada de entendimento do ataque estorilista, que deixou Júlio Coelho pregado no chão, o médio acabou por rematar contra um defesa adversário, quando a baliza estava quase deserta.

Gonçalo Abreu não vai dormir esta noite

O susto acordou a equipa do Penafiel, que partiu de novo para o ataque. Paulo Alves fez entrar Gonçalo Abreu para a frente e o avançado deu muito que fazer à defesa canarinha. Depois de um par de remates com maior perigo, o avançado protagonizou, aos 74 minutos, o momento do jogo, ao falhar de forma incrível um golo cantado. Após um cruzamento na direita, Gonçalo Abreu, em cima da linha de golo, conseguiu falhar o alvo, para risada geral no Estádio António Coimbra da Mota. Foi, de resto, a melhor oportunidade de golo de todo o encontro.

O falhanço escandaloso teve precisamente o mesmo efeito no Estoril, isto é, acordou a equipa da Linha para o último quarto de hora da partida. Na tentativa de contrariar a maior toada ofensiva dos canarinhos, Paulo Alves fez entrar o gigante Yero para a frente, mas o ponta-de-lança não dispôs de grandes lances.

Até ao final, o Estoril tentou aproveitar os espaços nas costas da defesa adversária para criar perigo, mas apesar dos calafrios, nunca consegui visar a baliza de Júlio Coelho. Na verdade já nem interessava muito, bastava ter a bola para saber que o Penafiel, dessa forma, já não conseguia levar perigo à sua baliza.

Resultado final, 1-0. Vitória justa do Estoril apesar da boa resposta que o Penafiel deu durante todo o encontro.

Pouca sorte para a equipa nortenha nesta visita a Lisboa. Paulo Alves e os jogadores devem sair da Amoreira com um sabor amargo na boca, por sentirem que podiam ter pelo menos levado a partida para a decisão fora do tempo regulamentar.

Aproveitou a equipa da Linha para garantir em casa a passagem para os quartos-de-final da Taça de Portugal. Triunfo sofrido mas ao fim ao cabo justo dos canarinhos, onde prevaleceu a maior qualidade individual dos seus jogadores.

O Estoril está nos «quartos», o Penafiel terá de tentar para o ano novamente.