A Taça tem destas coisas. Os pequenos crescem para os grandes. Fazem-nos vacilar. Duvidar do seu poderio, qual Golias na batalha contra o pequeno David.
Por vezes (e não são assim tão poucas as vezes) há surpresas e os adeptos que encheram o velhinho Campo José da Silva acreditaram até ao fim.
Quem assistiu ao jogo, não ficaria surpreendido se o Loures fosse o tomba-gigantes desta 3.ª eliminatória da Taça de Portugal.
A equipa do distrito de Lisboa bateu-se olhos nos olhos com o Boavista, um dos conjuntos com maior palmarés na Taça de Portugal. A chave da boa réplica? Segurança defensiva e procura em sair em ataque organizado.
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Depois de uns primeiros 45 minutos muito equilibrados, Petit começava a ficar preocupado. Uma única oportunidade de golo (aos 50 e num lance de bola parada’) era manifestamente pouco para a linha que separa (teoricamente) uma equipa da Liga de outra do CNS. O técnico do Boavista olhou para o banco e apontou para Uchebo.
O técnico dos axadrezados mexia nas peças do tabuleiro e, pouco depois, o Boavista chegou ao golo. Numa das poucas desatenções defensivas da equipa orientada por António Pereira, o jogador nigeriano, recém-entrado, isolou-se na cara de Hidalgo. O guarda-redes do Loures ainda defendeu o remate, mas foi incapaz de suster a recarga de Zé Manuel.
Estava terminado o sonho? Nem por isso. É que estas equipas pequenas também têm as suas armas secretas no banco. E a arma do Loures era Pedro Augusto, que vestiu a pele de imperador que reacendeu, aos 73’, a esperança dos adeptos da casa da casa, ao desviar com sucesso um cruzamento vindo a esquerda.
António Pereira tinha prometido um Loures combativo e à procura de um bom resultado. E cumpriu. A surpresa estava alcançada e só não foi maior porque, a dez minutos dos 90’, Pedro Augusto falhou por centímetros o alvo: nas bancadas ainda se gritou golo a plenos pulmões, mas era falso alarme.
O Loures forçava o Boavista a atrasar o regresso à cidade invicta. A molhar-se e a suar mais do que estava à espera numa tarde de chuva intermitente. Tão intermitente quanto a qualidade de jogo dos axadrezados.
Os 90 minutos chegavam ao fim com a equipa da casa viva, sim, mas ferida. Já nos descontos, o árbitro considerou que Bruno Bernardo agrediu um homem do Boavista e deu ordem de expulsão ao central da equipa da casa.
Mas o Loures não desistiu e, mesmo em inferioridade numérica, podia ter chegado ao golo. Na cara de Mika, Ballack tentou o chapéu mas falhou por pouco. Já no final do prolongamento, bola no ferro, novamente pelo jogador com nome de craque.
Por essa altura, já Petit tinha reforçado o poder de fogo. O 4x3x3 inicial estava transformado num 4x4x2 com o possante Pouga a juntar-se a Uchebo lá na frente.
E o sonho do Loures durou até aos 113 minutos. Zé Manuel apareceu ao segundo poste e evitou que se fizesse taça em Loures.
E como ela esteve perto de acontecer.
Taça Portugal
18 out 2015, 17:54
TP: Loures-Boavista, 1-2 ap (crónica)
Axadrezados só conseguiram chegar à vitória aos 113 minutos, numa altura em que o Loures jogava reduzido a dez jogadores
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