Um golo de Marocas, ao minuto 77, permitiu que o Vilafranquense conseguisse um feito inédito: eliminar uma equipa do principal escalão na Taça de Portugal, no caso o Paços de Ferreira, conseguindo assim a segunda presença nos oitavos de final da prova.

Estreia em cheio para Filipe Coelho, no regresso ao banco da equipa de Vila Franca de Xira. Perante um relvado muito difícil, valeu a alma vilafranquense (nome da revista do clube da casa) para garantir um dia histórico.

A intensa chuvada que caiu perto da hora do jogo degradou significativamente o estado do relvado do Campo do Cevadeiro, deixando o jogo «entregue» ao espírito de luta dos jogadores e à influência dos lances de bola parada.

Apesar de estar a jogar fora e lidar menos vezes com terrenos tão difíceis, o Paços de Ferreira entrou melhor no jogo. Ainda que - lá está - tirando sobretudo proveito das bolas paradas. Welthon começou por assustar de livre direto (7m), e depois com um cabeceamento por cima da trave, na sequência de um canto (14m).

Controlado o ímpeto inicial do adversário, o Vilafranquense começou a soltar-se mais perto da meia-hora. Figo ficou perto do golo com um remate do limite da área, ao minuto 28.

Logo a seguir a equipa de Filipe Coelho também criou perigo através de um pontapé de canto, por Ely (37m), mas o Paços respondeu na mesma moeda, com Mateus a desviar um remate de Gleison mas a cabecear por cima.

O primeiro tempo terminou com Carlos Pinho, treinador pacense, a protestar veementemente uma possível grande penalidade sobre Barnes Osei, embora já antes o Vilafranquense tivesse pedido o mesmo, por pretensa mão a travar um livre direto do capitão Paulo Sereno.

O equilíbrio alcançado pelo Vilafranquense nos últimos quinze minutos do primeiro tempo foram transportados para a etapa complementar, com o relvado ainda mais desgastado. Mais luta, menos oportunidades.

Ao minuto 62 o Paços voltou a pedir grande penalidade sobre Barnes Osei, mas Hélder Malheiro nada assinalou. Por essa altura já os «castores» tinham trocado o 4x3x3 pelo 4x4x2, com Ivo Rodrigues e Cícero a renderem Leandro e Gleison, mas foi o Vilafranquense a conseguir chegar ao golo.

Estavam cumpridos 77 minutos quando Figo apareceu pela esquerda e cruzou a meia altura, com Marocas a antecipar-se a Ricardo e, de cabeça, quase junto ao chão, a desviar para o fundo da baliza.

O Paços de Ferreira lançou Minhoca para o «assalto final» mas não conseguiu evitar o «tombo».

FICHA DE JOGO

4ª eliminatória da Taça de Portugal

Campo do Cevadeiro, em Vila Franca de Xira

Árbitro: Hélder Malheiro (AF Lisboa)

Assistentes: Rui Cidade e Bruno Jesus

4º Árbitro: Bruno Vieira

VILAFRANQUENSE: Tiago Martins; Rúben Freitas, Miguel Lourenço, Wagner, Charles; Sereno (José Lúcio, 70m), Izata e Alfa; Figo, Marocas (Landim, 90m) e Ely

Suplentes não utilizados: Rodrigo, Júlio Cezar, Fábio Freire, Flávio Santos, Bitó.

Treinador: Filipe Coelho

PAÇOS DE FERREIRA: Rafael Defendi; Francisco Afonso (Minhoca, 81m), Ricardo, Marco Baixinho e João Góis; Mateus, Leandro Silva (Cícero, 61m), Pedrinho; Gleison (Ivo Rodrigues, 61m), Welthon e Barnes Osei

Suplentes: João Pinho, Pedro Monteiro, Paulo Henrique e Andrezinho

Treinador: Carlos Pinto

Disciplina: cartão amarelo para Pedrinho (39m), Francisco Afonso (62m), Rúben Freitas (67m)

Golos: Marocas (77m)