O Sporting detalhou com números o respeito que tem pelo Alba e venceu o modesto adversário dos distritais de Aveiro com uma goleada das antigas. Pode parecer que foi um exagero, mas não.

Pelo menos no conceito de Manuel Preciado não foi.

O histórico treinador do Sporting Gijón, uma equipa humilde da liga espanhola, disse um dia que não há melhor maneira de respeitar um adversário do que marcar-lhe o maior número de golos que se consiga.

Ora o Sporting levou o Alba, e o próprio jogo da Taça de Portugal, muito a sério, sempre ao ataque e sempre com o rigor que Leonardo Jardim introduziu na equipa. No fim fez oito golos e por oito vezes respeitou o Alba.

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Obrigou o adversário a correr, trocou-lhe as voltas com movimentos de futebol puro, mostrou uma certa inspiração e foi jogado cada vez melhor à medida que o tempo passava.

Nunca tirou o pé do acelerador, portanto.

Claro que desta forma tornou-se mais difícil para o Alba discutir o jogo. Mas a beleza de jogar em Alvalade não passa por defrontar o melhor Sporting?

Os mais de dois mil adeptos de Albergaria que viajaram até Lisboa podem guardar na memória um jogo a sério, os jogadores do Alba podem dizer aos netos que defrontaram o Sporting sem ter de sentir que estão a esconder alguma informação.

Este era de facto o melhor Sporting. Carrillo, Montero e Wilson Eduardo foram titulares no ataque, André Martins deu lugar a Vítor e a equipa conseguiu até ficar a ganhar, Adrien Silva manteve a rotação do costume e explicou mais uma vez aos céticos que é fundamental nesta equipa.

Veja quem mais se destacou na goleada do Sporting

O Sporting entrou sério no jogo, com bons movimentos, futebol pelas alas, capacidade de esticar o jogo e criar situações de remate. Marcou cedo e tranquilizou-se.

A partir daí manteve os princípios de jogo, manteve o ar sério e manteve a concentração. Não deixou o Alba sair, mandou no futebol e impôs naturalmente as distâncias entre jogadores dos primeiros lugares da liga portuguesa e jogadores dos distritais de Aveiro.

Deu para tudo: até para Vítor e Slimani se estrearem a marcar.

O Alba saiu vergado a uma derrota pesada, é certo, mas fez a festa quando um erro de Marcelo Boeck permitiu a Carlos Santos de baliza aberta fazer o golo que provocou uma festa imensa: nos adeptos, no banco e claro nos jogadores de campo.

Aquele golo soube a vitória em Albergaria.

Foi justo e merecido pela festa que trouxeram a Alvalade. No fim também para eles deve ter sido uma experiência inesquecível: defrontar um Sporting que para a semana vai ao Dragão motivado e de consciência tranquila. Um Sporting enfim que os respeitou muito.