Por José Pedro Gomes


Jogo com todos os predicados de Taça de Portugal no Cidade de Barcelos, com um Real Massamá, oriundo dos escalões distritais de Lisboa, a obrigar o primodivisionário Gil Vicente a suar muito para conseguir seguir em frente na Taça de Portugal.

Os números escassos da vitória dos gilistas (2-1), num jogo que apenas teve golos na segunda parte, espelham isso mesmo, sendo merecidos os aplausos dos adeptos da casa dirigidos, no final, aos jogadores do Real, que foram junto da claque barcelense agradecer o reconhecimento.

O Gil Vicente até entrou na partida a puxar dos galões de equipa primodivisionária, conseguindo, nos instantes iniciais, impor um ascendente, tirando partido da timidez inicial do Real, que tentava não sair da zona de segurança.

No entanto, os galos foram ineficazes aproveitar a inibição do adversário, atacando sem grande critério e derivando em demasia o seu futebol para as alas, onde Diogo Viana, o mais mexido, raramente tinha companhia condizente para os seus cruzamentos.

Os visitantes, que iam, com maior ou menor dificuldade, pondo cobro às investidas minhotas, perceberam que sempre que tentavam responder em contra-ataque, punham a nu as fragilidades dos barcelenses.

Paulatinamente, equipa do Pró-Nacional da Associação de Lisboa, foi perdendo o respeito aos galos, e explorando a velocidade dos seus extremos foi abrindo brechas da defesa contrária.

Dois remates de longe, que obrigaram o guardião da casa, Adriano, a intervenções concentradas, serviram de aviso para os locais, que já depois da meia hora viram o Real criar a mais flagrante oportunidade de golo do primeiro tempo.

Fati, na sequência de canto, escapuliu-se à marcação, em cabeceou junto ao poste da baliza gilista, valendo a enorme estirada de Adriano para a evitar o desfazer do nulo.

Mesmo com, o susto, o Gil Vicente não despertou convenientemente, continuou a atacar de forma muita atabalhoada, e além de uma par de remates de longe de Diogo Valente e Diogo Viana, e uns quantos cabeceamentos ineficazes de Simy, pouco mais fez para inverter o 0-0 com que se chegou ao intervalo.

No segundo tempo, o técnico José Mota percebeu que tinha de fazer algo para tentar desequilibrar, retirando o inoperante João Vilela, para lançar Marwan na partida, passando a jogar com dois pontas-de-lança.

Mexida teve resultados práticos na forma como os galos passaram a ser mais pressionantes, aproveitando uma nova timidez do Real, para criarem bem mais perigo junto da baliza de Marco, que ia mostrando credenciais.

Acabou por não surpreender o tento gilista, apontado, já aos 67 minutos, por Marwan, respondendo da melhor forma à assistência de Diogo Viana.

Muitos poderiam pensar que o tento dos galos teria sido uma estocada final no modesto Real, que apresentava já sinais de quebra física, mas Fati – o artista da equipa – gelou o Municipal de Barcelos, numa enorme desatenção da defesa da casa.

Com o espectro do prolongamento a pairar, coube a Diogo Viana, já nos instantes finais, sentenciar a partida e permitir uma grande suspiro de alívio ao gilistas, emendando uma trapalhada de Simy, para assinar o trabalhoso 2-1 final.