O Sp. Braga é o quarto semifinalistas da Taça de Portugal e marcou encontro com o Rio Ave, depois de vencer o Desportivo das Aves por três bolas a uma no seu reduto. Um triunfo atribulado apenas no prolongamento e debaixo de muitos assobios para a equipa de Jesualdo Ferreira. Teve que ser Alan a resgatar os Guerreiros já no prolongamento, perante um D. Aves muito organizado.

Jesualdo Ferreira operou algumas mexidas no seu conjunto, essencialmente por motivos físicos. A asa esquerda foi composta por dois jovens pertencentes, inicialmente, à equipa B. Núrio fez a sua estreia na equipa principal dos Guerreiros, enquanto que Kappel teve oportunidade de jogar mais uns minutos. Rafa, apesar de ter sido convocado, ficou no banco de suplentes, relegando para Alan a tarefa de organizar o jogo bracarense.

Do lado do Desportivo das Aves, do segundo escalão do futebol português, o destaque esteve na baliza. Quim, histórico guarda-redes do Sp. Braga, regressou ao Municipal de Braga para defender a baliza do Aves.

Vasco Matos e Baiano a iludir Paixão

O empate a uma bola registado ao intervalo poderia ser um indicador de que os primeiros quarenta e cinco minutos foram férteis em futebol atrativo. Nada mais falso. Jogado a um ritmo lento e sem grandes rasgos dignos de realce, as duas equipas regressaram aos balneários debaixo de assobios dos poucos milhares de adeptos presentes nas bancadas.

Para este desenrolar, em muito contribuiu o filme do jogo. Logo aos dois minutos o Sp. Braga colocou-se em vantagem no marcador através da conversão de uma grande penalidade de Alan. Baiano «cavou» o penálti no interior da área ficando a sensação de tratar-se e um castigo máximo muito forçado.

Sem conseguir fazer frente ao Sp. Braga, o D. Aves ia trocando a bola sem se notar progressão no terreno. Os pupilos de Jesualdo Ferreira adormeceram na sombra da vantagem mínima e a resposta avense foi dada na mesma moeda. Vasco Matos não quis ficar atrás de Baiano e enrolou-se com o jogador que lhe havia sonegado o penálti. Forçado também, visto que a falta parece existir fora da área. À passagem da meia hora Pedro Pereira equilibrou os pratos da balança empatando o marcador.

Jesualdo tentou o turbo de Rafa

Com a estrada para o Jamor perfeitamente delineada, os dois emblemas entraram em campo sabendo que o Rio Ave, havia atirado borda fora da presente edição da Taça de Portugal, não havia maneira de Sp. Braga ou D. Aves ganharem terreno em direção ao Estádio Nacional.

Jesualdo apostou no turbo do miúdo Rafa, que treinou condicionado durante a semana. O Sp. Braga ganhou algum fulgor e acelerou o seu futebol. Mas mesmo com o turbo de Rafa foi Quim quem colocou o conta-rotações no máximo. Habituado a brilhar naquele relvado, o guarda-redes opôs-se com mestria a dois excelentes remates de Custódio e Alan. Nada que afastasse o fantasma do prolongamento da Pedreira.

Cenário que se viria a confirmar. O Sp. Braga produziu muito pouco no tempo regulamentar. Sem foi de jogo e sem criatividade a equipa de Jesualdo ficou refém de um Desportivo das Aves organizado e a ocupar nem os espaços.

Alan diz presente no prolongamento

Mais meia hora para se jogar e o desconforto era notório na Pedreira. A contestação à equipa do principal escalão era muita, e pareceu surtir efeito. Com mais capacidade física o Sp. Braga foi mais forte no prolongamento e marcou dois golos em oito minutos arrumando com a questão.

Veio ao de cima a preponderância de Alan neste Braga, como que uma sina de o capitão resgatar a equipa e segurar os Guerreiros quando tudo parece dar mostras de querer ruir. O capitão apontou as duas bolas paradas que deram os golos da tranquilidade aos minhotos. Rusescu e Santos foam os marcadores de serviço já fora de horas.

Passagem atribulada do Sp. Braga às meias-finais da Taça de Portugal, marcando novo encontro com o Rio Ave, a exemplo do que vai acontecer na Taça da Liga. Missão cumprida, mas sem os bracarense se livrarem de um valente susto. Espera-se mais deste Sp. Braga.