A Chapecoense estava viver os seus anos de ouro antes da tragédia que abalou o mundo do futebol esta terça-feira, 29 de novembro. O clube do Estado de Santa Catarina foi fundado em 1973, mas só quarenta anos depois, em 2013, começou a ganhar estatuto nacional quando, em apenas seis anos, saltou Da Série D para os holofotes da Série A do campeonato brasileiro. No dia da tragédia, o Verdão do Oeste ia a caminho a sua primeira final internacional.

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Um clube que foi fundado na década de setenta na loja de confeção de Heitor Pasqualotto que, com antigos adeptos do Independente e do Atlético Chapecó, clubes locais que estavam adormecidos, sentiu a necessidade de dar um novo clube à cidade de Chapecó. O novo emblema atraiu de imediato o apoio dos empresários da cidade e, em pouco tempo, a Chapecoense já media forças com o Avaí, Criciúma, Figueirense e Joinville, os outros clubes do Estado de Santa Catarina, chegando a vencer o primeiro de cinco campeonatos estaduais (1977, 1996, 2007, 2011 e 2016) em 1977.

Depois da conquista do segundo Estadual, já em 1996, o clube afunda-se em dívidas e quase desaparece, chegando mesmo a mudar o nome para poder sobreviver. Em 2007 vence o terceiro estadual e começa a escalada a nível nacional, subindo primeiro à Série C, depois à Série B e, em 2013, contra todas as expetativas, chegou à Série A do campeonato brasileiro, depois de uma campanha quase perfeita.

O clube conseguiu manter-se entre os grandes numa altura em que completava a sua reestruturação financeira e voltou a fazer história ao classificar-se, pela primeira vez, para a Taça Sul-Americana, saltando, assim, pela primeira vez, para o futebol internacional, impressionando o continente com uma caminhada até aos quartos de final, caindo apenas aos pés do «gigante» River Plate. Depois de perder 3-1 em Buenos Aires, o Chapecoense recebeu os argentinos no Estádio Condá e venceu por 2-1, num jogo que, na altura, foi classificado como o mais importante da curta história do pequeno clube.

Sempre com novos objetivos pela frente, a Chapecoense continuou a escrever a sua história em 2016, já sob o comando técnico de Caio Júnior, uma das vítimas do acidente de Medellín, que deixou a sua marca em Portugal enquanto jogador. Vestiu sucessivamente as camisolas do Vitória Guimarães (1987/92), Estrela Amadora (1992/1994) e Belenenses (1995). Marcelo Boeck, antigo guarda-redes do Sporting, também integrava o plantel mas não viajou com a equipa para Meddelín.

Depois de no domingo ter defrontado o Palmeiras, no jogo que permitiu aos paulistas festejar a conquista do título brasileiro, a Chapecoense continuava a escrever a sua história esta terça-feira. A equipa ia caminho de Medellín onde no dia seuinte ia jogar a primeira mão da final da Taça Sul-Americana frente aos colombianos do Atlético Nacional.

O hino do Chapocoense:

«Ó glorioso verde que se expande

Entre os estados tu és sempre um esplendor

Nas alegrias e nas horas mais difíceis

Meu furacão tu és sempre um vencedor

São tantos títulos outrora conquistados

Com bravura, muita raça e fervor

Leva consigo o coração de uma cidade

Meu furacão tu és sempre um vencedor

Sempre honrando nosso escudo com sua raça

És alegria nos estádios nunca só

Na imensidão e vastidão de nosso estado

Chapecoense tu és sempre Chapecó

A força imensa de sua fiel torcida

Que nos estádios tudo é lindo e nos fascina

A nossa massa meu verdão mexe contigo

Tu és querido em toda santa catarina»