Uma das maiores indústrias de apostas do mundo está a rejubilar com os Jogos Olímpicos em Londres. As casas britânicas estão a aceitar todas as ideias dos jogadores, esperando arrecadar durante as próximas três semanas um recorde de 100 milhões de libras (cerca de 128 milhões de euros) em apostas.

Na casa de apostas William Hill, por exemplo, as probabilidades de ver um disco voador durante a cerimónia de abertura das Olimpíadas, esta sexta-feira, são de 1000 para 1. Já as probabilidades de todas as equipas da final dos 4x400 metros deixarem cair o testemunho são de 250 para 1. Se apostar uma libra em que o mayor de Londres, Boris Johnson, vai pegar fogo ao cabelo com a tocha olímpica, poderá ganhar 33.

«Tentamos dar resposta aos gostos da maioria das pessoas», afirmou o porta-voz da William Hill, Joe Crilly, à Associated Press.

Já a casa Ladbrokes tem 11 mil apostas diferentes para os Jogos: que o último portador da tocha olímpica vai tropeçar antes do acendimento, que o orçamento vai ser ultrapassado, que um atleta britânico vai ser fotografado a comer um Big Mac, ou que os preservativos vão esgotar na Aldeia Olímpica.

As probabilidades de chover o dia todo em Londres esta sexta-feira são de 50 para 1 e de a greve dos trabalhadores do trânsito interromper o serviço de metro são de 10 para 1.

Entre os 26 desportos em competição, há apostas mais tradicionais. A competição dos 100 metros de atletismo é, normalmente, a que atrai mais jogadores e o jamaicano Usain Bolt é apontado claramente como o favorito. Na Ladbrokes, a maior aposta até agora foi de 10 mil libras (cerca de 13 mil euros) em Bolt. Mas, à medida que a corrida se aproximar, espera-se que o número aumente.

As casas de apostas assumem que têm maior dificuldade em definir as probabilidades nas modalidades menos conhecidas, como hipismo ou canoagem. Para não caírem no erro de escolher os favoritos errados, criaram equipas de investigação que se dedicaram a analisar os atletas durante semanas.

A força da indústria das apostas no Reino Unido assusta os organizadores, que receiam que exista viciação de resultados. Para a evitar, o Comité Olímpico Internacional já proibiu os atletas de apostarem e prometeu reunir-se com a polícia e com responsáveis das casas todos os dias para controlar todas as atividades suspeitas.