Duas equipas em momento semelhante, quase com o mesmo desenho em campo e, de tão iguais que estavam na tabela, viram-se ao espelho e com a mesma imagem e pontos deixaram o relvado do Bonfim.

A primeira parte trouxe pouco futebol, poucas ocasiões, mas também uma grande defesa de Adriano, o responsável pelo nulo ao intervalo. O que se aceitava, diga-se, porque às vezes a Justiça tira a venda dos olhos. O segundo tempo foi melhor, mas insuficiente em qualidade para haver golos.

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O Vitória apresentou muitas mudanças, como tinha prometido Bruno Ribeiro. O meio-campo ficou sem Hugo Leal, e Neca viu o jogo de um camarote. Lá em baixo, Bruno Amaro, Zé Pedro e Bruno Gallo procuravam dinamizar a ofensiva sadina. No entanto, os setubalenses passaram demasiado tempo a jogar longo para João Silva.

Essa primeira estratégia esbarrava no acerto de Cláudio, socorrista dos barcelenses. O meio-campo gilista não era melhor que o adversário, pelo contrário. Guilherme não desequilibrava, Richard tentava, mas não conseguia. Roberto era presa fácil para os centrais e só Laionel trazia rapidez ao encontro.

As notas dos jogadores

Os quatro amarelos com que a defesa sadina chegou ao intervalo, um por cada jogador, explicava-se não pelo volume atacante do adversário, mas pela facilidade com que Benquerença ia ao bolso. E começou cedo, logo aos cinco minutos.

Com muitas bolas a passarem ao lado das balizas, o único lance em que o golo esteve perto aconteceu aos 29 minutos. Foi a melhor jogada do primeiro tempo, com Miguelito a colocar na área, para Adriano conseguir evitar o golo com o pé direito. O 0-0 era uma certeza na biqueira do guarda-redes gilista e uma realidade no descanso.

Pernas novas e melhorias

Nem tudo se perdeu, no entanto, no Bonfim. Hugo Vieira saltou do banco e o Gil Vicente melhorou um pouco. Mas foi o estreante Pedro Mendes que trouxe algo mais ao encontro. Ainda júnior, ia resolvendo o desafio instantes depois de pisar o relvado. Adriano foi figura de novo e evitou-o.

Os destaques do jogo

Dos bancos saíam pernas novas, frescas, e o ritmo aumentou. Só podia aumentar, aliás. O Vitória assumia por fim a iniciativa, chegava mais perto da baliza de Adriano, que o Gil da de Diego. No entanto, houve quase sempre más decisões de parte a parte e só quando alguém se decidia pelo remate de longe, os guarda-redes entravam em acção.

Já perto do final, Luís Carlos isolou Yero. O ponta-de-lança podia ter feito o golo, mas a bola fugiu-lhe um pouco para a frente. Anderson do Ó ia limpar o lance e atirou na atmosfera. Yero não percebeu e perdeu o lance. Um lance que espelhou o encontro e que explica porque, a meio do segundo tempo, o Sol resolveu ir embora e deixar de ver a partida.