O presidente do Conselho de Arbitragem da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Vítor Pereira, rebateu hoje as acusações do presidente da Liga, Mário Figueiredo, considerando tratar-se de «uma pessoa que umas vezes diz uma coisa e outras vezes o seu contrário».

Citado pela Lusa, o líder da arbitragem comentou: «O senhor presidente da Liga disse, várias vezes, que era a favor da profissionalização, defendendo, inclusivamente, um número de árbitros que devia ser profissional, repetiu-o várias vezes, e agora veio dizer que, afinal, não está de acordo».

O presidente da Liga, para quem a gestão da arbitragem em Portugal é «pouco transparente», considerou que esta «parece viver numa monarquia, num tempo feudal, onde tudo é secreto e ninguém sabe muito bem como são feitas as avaliações, onde e que resultados dão».

Mário Figueiredo foi mais longe ao referir que «as nomeações são feitas às escondidas, em cima dos jogos, além de incompreensíveis por não serem nomeados os melhores árbitros para os jogos mais importantes», criticando ainda o facto de a arbitragem «ser gerida com o poder centralizado nas mãos de duas pessoas».

Estas acusações levam Vítor Pereira a considerar que Mário Figueiredo «está a desrespeitar» o Conselho de Arbitragem da FPF, quando, em anteriores intervenções que fez, «pediu respeito pelos árbitros, pelos dirigentes, jogadores e treinadores».

«Entendemos que quem quer ser respeitado deve dar-se ao respeito. Esse é o princípio fundamental da relação entre as pessoas e entre as instituições», alegou Vítor Pereira, que apelou a «um esforço de todos para melhorar o futebol português».

O responsável máximo pelo setor da arbitragem considerou ser dever de todos «promover a Liga e o espetáculo desportivo profissional» e prometeu, em nome do Conselho de Arbitragem, «continuar a trilhar o caminho de qualidade, visando a excelência», no pressuposto de que, «se todos e cada um cumprir o papel que lhe está destinado, teremos, certamente, um futebol melhor».