Jogo pouco colorido no encerramento da 2ª jornada da Liga no D. Afonso Henriques. Apenas nos derradeiros minutos houve lugar para lances de perigo e a caminhada feliz do Feirense neste arranque de época teve mais um capítulo. Depois de susterem a maior dose de iniciativa do Vitória os «Fogaceiros» foram felizes ao minuto noventa.

O Domínio territorial e de posse do V. Guimarães foi estéril e no soar do gongo, Sturgeon fez a diferença. Três triunfos em três jogos do Feirense de Nuno manta Santos, a pintar de azul o tal jogo descolorido. Os cenários continuaram opostos e, por isso mesmo, o Vitória somou o terceiro jogo a perder da temporada.

O Feirense com dois triunfos e o Vitória com duas derrotas, panorama com que dos dois emblemas chegaram a este embate teve repercussões nos onzes apresentados por ambos os técnicos. Nuno Manta manteve exatamente o mesmo onze pelo terceiro jogo consecutivo em contraponto com a meia equipa que Luís Castro mudou no Vitória.

A posse contra o resto

Ainda a implementar um modelo de jogo, o V. Guimarães dominou largamente no parâmetro da posse de bola, mas foi uma posse sem produtividade. O Feirense foi organizado, condicionou bem a construção do adversário e remeteu esse domínio para longe da sua baliza.

Deixando lado a posse de bola o Feirense contabilizou o mesmo número de remates e conseguiu até mais um canto. Ou seja, o pragmatismo e objetividade fizeram a diferença com o Feirense a equilibrar os pratos da balança e a ter momentos de ascendente.

Faltava criatividade ao Vitória para construir de forma organizada e para arranjar brechas na organização dos «Fogaceiros», ia sobrando verticalidade ao conjunto de Nuno Manta Santos para aproveitar os momentos em que teve bola para se chegar a terrenos mais adiantados. Foi isso que os dois conjuntos conseguiram na primeira metade, aproximações à baliza adversária, lances de perigo nem vê-los.

Crescimento no terreno e espaços abertos

O evoluir do cronómetro pressionou o Vitória a crescer no terreno e a correr mais riscos. Luís Castro esperou pelos primeiros minutos da segunda metade para acrescentar João Carlos Teixeira e Tallo ao encontro.

Cresceu efetivamente o Vitória, a entrada do médio mexeu com o jogo e deu mais largura ao jogo da equipa da Cidade Berço. Mais encolhido, o Feirense fez por pausar o jogo e passou a espreitar quase exclusivamente o contragolpe. Um crescimento que se fez sentir nos terrenos pisados, uma vez que o cerco à baliza de Caio Secco começou a ser evidente.

Mas foi, ao mesmo tempo, um crescimento que abriu espaços nas costas da defesa. Aproveitou o Feirense, soube esperar pelo seu momento e a dois minutos dos noventa deu uma estocada letal no adversário. Sturgeon, que poucos motivos teve para sorrir no Berço, foi feliz no D. Afonso Henriques com a camisola do Feirense.

Triunfo que premeia a estratégia montada pelo Feirense, mas que penaliza de forma demasiado dura um Vitória que tentou ser audaz durante o jogo mas a quem faltou intensidade.