O Sp. Braga vence pelo segundo ano consecutivo no Estádio D. Afonso Henriques, derrotando o V. Guimarães no dérbi minhoto da ronda inaugural da Liga. O pé esquerdo de Pedro Santos deu a estocada venenosa na equipa da casa, fazendo assim uma exibição personalizada funcionar em pleno.

Correu mais o V. Guimarães, lutou muito, é certo, mas veio ao de cima a maior qualidade do rival do Minho, que servindo uma dose de cinismo à mistura, entra a ganhar no campeonato e ainda por cima na casa de um adversário em que o triunfo é, claramente, dotado de outro sabor.

O encontro começou intenso, com as duas equipas a mostrar os dentes mutuamente ao adversário, a não regatear na hora de impor o músculo em cada lance e com muitas faltas à mistura a emprestar tensão aos minutos iniciais. Rasgadinho, portanto, como manda a tradição.

Técnica de Pedro Santos

Ameaçou de bola parada o V. Guimarães, sem grande expressão, marcou o Sp. Braga quando estavam cumpridos apenas quinze minutos. Goiano subiu ao ataque para dar sequência a uma jogada de envolvência ofensiva, cruzou com o pé esquerdo e foi Pedro Santos a aparecer na área para rematar de primeira, com um bom gesto técnico, para o fundo das redes.

Água na fervura, assentou a poeira, abrandou o ritmo e a equipa da casa sentiu dificuldades em responder. Vivia muito de lançamentos longos, mas Boly esteve imperial num duelo particularmente intenso com Marega. O estreante, esse, Rosic não tremeu.

Hurtado ainda tentou alvejar a baliza de Marafona, primeiro com um cabeceamento frouxo, depois com um pontapé de bicicleta que saiu ao lado a escassos minutos do intervalo, mas foram investidas tímidas e sem criar real perigo, contrariamente ao que acontecia na área na área adversária.

Com meia hora de jogo Douglas, que relegou Miguel Silva para o banco de suplentes, evitou quase que milagrosamente o segundo do conjunto de Peseiro ao travar uma cabeçada de Hassan que levava selo de golo.

Vitória nem de penálti

No segundo tempo o conjunto de Pedro Martins intensificou a corrida atrás do prejuízo, foi mais aguerrido e ocupou com mais regularidade o meio campo adversário, mas com mais coração do que cabeça e sem grande sequência. Marega ainda abanou as redes, mas estava em posição irregular quando aos 73 minutos correspondeu a um passe de Soares.

Com o Braga praticamente inexistente em termos ofensivos, agarrando-se à vantagem que detinha, o V. Guimarães teve a dez minutos do fim uma oportunidade soberana para empatar, sobretudo por demérito de Marafona que complicou num lance que estava controlado, vendo depois Rosic fazer falta na sequência da jogada. Soares, que protagonizou uma exibição de luta e de entrega, falhou no frente a frente com o guardião bracarense e desperdiçou uma oportunidade soberana para igualar o encontro.

Depois da derrota na Supertaça, Peseiro conquista os três pontos na primeira jornada, num campo tradicionalmente difícil e balanceia o Sp. Braga para mais uma temporada ambiciosa. Valeu a qualidade bracarense, que com duas oportunidades fez um golo e esteve estofo suficiente para segurar o encontro num D. Afonso Henriques, superando dessa forma um teste exigente.