LODYGIN: Contratado esta época ao Xanthi, aproveitou a lesão de Malafeev para assumir a baliza do Zenit, mostrando-se à altura da responsabilidade, pese embora alguns problemas a jogar com os pés. Filho de pai russo e mãe grega, foi recentemente chamado pela primeira vez à seleção que venceu o grupo de Portugal na fase de apuramento para o Mundial2014, poucos meses depois de ter comunicado a Fernando Santos que não queria representar a Grécia, país que serviu enquanto sub-21.

ANYUKOV: Defesa experiente, de 31 anos, muito cauteloso na forma como participa na vertente ofensiva, de forma a não ser depois apanhado em desequilíbrio. A velocidade não é muita, mas fecha bem junto dos centrais.

HUBOCAN: Polivalente, também pode jogar como lateral, mas parece ter roubado a titularidade a Luís Neto no eixo da defesa. Enorme entrega e disponibilidade física, mas também algumas desconcentrações fatais, de quando em vez.

LOMBAERTS: O comandante da defesa russa. Forte fisicamente e bom no jogo áereo, mas também com capacidade para dar início aos ataques da equipa. Com avançados rápidos sente algumas dificuldades, embora a organização coletiva o proteja nesse aspeto.

ANSALDI: Tantas vezes associado ao Benfica, o lateral argentino transferiu-se esta época para o Zenit. Criscito estava então a recuperar de lesão grave (está agora a voltar) e Ansaldi deu estabilidade ao setor mais recuado. Eficiente defensivamente e com boa vocação ofensiva, reforçada pela capacidade para jogar com os dois pés, até já se estreou a marcar.

ZYRYANOV: Médio experiente, rotinado também ao papel de «playmaker», nos últimos tempos foi fixando-se mais à frente da defesa. Aos 36 anos apresenta o dom de saber exatamente que terrenos deve pisar em cada momento, sobretudo na vertente defensiva, revelando-se depois uma pedra muito importante no início da construção dos ataques.

WITSEL: O internacional belga contratado ao Benfica é pedra imprescindível para Luciano Spalletti, pela capacidade de compensar os desequilíbrios deixados pelos avançados. Mesmo mantendo aquele registo de quem parece não querer nada com o jogo, que de certa forma também apresentou de águia ao peito. Mas a verdade é que a sua importância na equipa é indiscutível, e a sua ausência no Dragão, por castigo, pode pesar.

HULK: Regresso especial ao Dragão de um jogador que dispensa apresentações. Só Danny lhe «rouba» o estatuto de figura do Zenit, mas a sua influência é óbvia. Tal como acontecia no FC Porto tanto joga no lado direito do ataque, à procura de diagonais para a zona central, como funciona como um ponta de lança móvel. Por vezes aparece também nas costas da unidade mais adiantada.

ARSHAVIN: Terminada a ligação ao Arsenal, que ficou muito aquém das expectativas, o avançado regressou em definitivo ao Zenit, clube que o tinha vendido aos «gunners», e que tinha representado também por empréstimo nos primeiros meses de 2012. Está agora com 32 anos, e embora distante daquele espantoso nível de 2008, ano em que conquistou a Taça UEFA e brilhou no Europeu, continua muito perigoso. A capacidade de fazer mais do que um lugar combina muito bem com os parceiros de ataque, embora jogue preferencialmente nas costas do ponta de lança, pela facilidade com que cria oportunidades. Marcou quatro golos até ao momento, mas nas assistências só Danny lhe leva a melhor (sete, contra oito do português).

DANNY: É a
«principal ameaça»

KERZHAKOV: Tornou-se recentemente o maior goleador da história do futebol russo, mas não é propriamente um «matador». É um avançado que consegue conciliar um bom registo de golos com a capacidade para criar espaços. Movimenta-se muito bem, tanto ao recuar no terreno para procurar jogo como a aparecer nas costas da defesa. Um perfil que combina na perfeição com jogadores como Hulk, Danny ou Arshavin, entre outros.

OUTRAS OPÇÕES: O histórico guarda-redes Malafeev e o lateral esquerdo Criscito só agora começam a voltar às opções do técnico, após ausências prolongadas por lesão, e para já estão na sombra de Lodygin e Ansaldi. O lado esquerdo da defesa russa também já foi ocupado algumas vezes por Smolnikov, o verdadeiro «bombeiro» de serviço, que vai alternando sobretudo com Anyukov, do lado direito. Neto parece agora a terceira opção para o eixo da defesa, depois de algumas exibições menos felizes no início de época, sobretudo com falhas no jogo áereo. Mas inserido na habitual rotatividade da equipa, o internacional português até foi titular no último jogo, com o CSKA. O experiente Tymoschuk é uma alternativa para o lugar do castigado Witsel, mas tem sido cada vez menos utilizado pelo técnico Luciano Spalletti, pelo que a opção principal será Fayzulin, que tem alternado muito no «onze» com Zyryanov. Shatov, contratado ao Anzhi, é a nova coqueluche da equipa: com 23 anos é um médio ofensivo irreverente e dinâmico, capaz de jogar tanto nas alas como nas costas do ponta de lança. Shatov tem roubado algum espaço ao extremo Bystrov, utilizado cada vez mais esporadicamente. Bukharov é a alternativa teórica a Kerzhakov, mas Spalletti tem preferido colocar Hulk como unidade mais ofensiva. Alto e possante, Bukharov não encaixa tão bem no estilo de jogo da equipa, e por isso continua a ser visto sobretudo como a «arma secreta» para lançar em situações de aperto.
Para o fim fica Shirokov, mas não por ser uma opção menor. Pelo contrário, trata-se de um jogador de grande qualidade, mas que este ano ainda só fez dez jogos, devido a problemas físicos. O médio ofensivo de 32 anos pode não ter a velocidade com bola de Hulk e Danny, mas por outro lado é o mais capaz de furar muralhas coesas, através do passe ou a aparecer em zonas de finalização. Um jogador de fino recorte.