Matic. Apetece voltar atrás e escrever com letra grande, para se destacar tanto na página como na equipa do Benfica. O leitor estará já a pensar no golo, o grande golo que o médio conseguiu logo aos 10 minutos. Um daqueles golos que entram de certeza na lista dos melhores. Porque de facto foi excelente e porque ficou bonito na televisão. O cruzamento da esquerda, a assistência de Jardel e depois Matic a separar-se da perna esquerda e esta a chegar esticada, perfeita, ao encontro com a bola. No instante seguinte, os olhos em Helton e logo a seguir na rede. O guarda-redes portista sem solução, Matic a correr para um festejo meio atabalhoado, que festejar coisas não parece ser o forte do sérvio. Jogar sim. Além do golo, Matic ocupou todo o terreno a meio-campo. Na primeira parte chegou a parecer que era ele contra Lucho, Moutinho, Fernando e até Defour. E se calhar era, por isso o F.C. Porto tinha mais bola. Caía nas alas se era para ali que Lucho ia. Mas no minuto seguinte era ele quem saía a pressionar Fernando, mas à frente. Enfim, cansativo para quem via, não para Matic que está num incrível momento de forma. Devia ter visto o segundo amarelo no final do jogo.
O momento
Enzo por Carlos Martins. O argentino voltou da segunda parte e viu um amarelo. Falhou duas vezes, levou um toque. Tudo isso é verdade. Mas também é verdade que o meio-campo do Benfica vivia apenas de Matic e isso com o passar do tempo poderia ser de menos. Por isso entrou Carlos Martins. Jesus tinha passado tempo de mais sem bola no centro, sem construir, o F.C. Porto ameaçava colocar o jogo no bolso. Não chegou, por isso Jesus foi obrigado a finalmente abdicar de um avançado para equilibrar o meio, com Aimar. Foram precisos 68 minutos. Aos 78 o «10» combinou com Gaitan e Cardozo ficou isolado. Atirou para defesa espantosa de Helton. Foi a única verdadeira oportunidade do segundo tempo.
Outros destaques
Artur. Foi muito feio. O Benfica ainda mal tinha recuperado do susto inicial e já o guarda-redes oferecia o 2-1 a Jackson. Um falhanço difícil de explicar àquele nível. Depois desse momento, sempre que a bola sobrava para Artur os adeptos mexiam-se na cadeira. De tal forma que toda a gente ouvia. Mau momento para o guarda-redes brasileiro.
Salvio Pareceu sempre que a acontecer algo de bom para Jesus seria por ali. No 2-2 confirmou-se. Lance de envolvimento com Maxi, cruzamento e a bola a sobrar para Gaitan. Por falar no extremo do outro lado, justo dizer que além do golo teve uma arrancada feliz a meio da primeira parte que por pouco não terminava com Cardozo isolado. Mas foi só. Incapaz de ir até à linha de fundo, tentou quase sempre jogar depressa de mais. E mal.
Os centrais No primeiro golo foram batidos pelo movimento de Jackson e pela entrada de Mangala. No segundo só deu Artur. Entre os golos, uma luta sempre difícil de Jardel e Garay com Jackson. Mas não se saíram mal.
Muito mais Cardozo do que Lima. O paraguaio deu-se muito ao jogo, disputando sempre as bolas altas. O brasileiro passou os primeiros 45 minutos na casa ao lado, ausente. Lima até fazia movimentos, mas saíam sempre ao contrário da bola. Tão fraco como ele só Enzo.
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Benfica-FC Porto, 2-2 (crónica)
Benfica-FC Porto, 2-2 (resultado final)