Já diz o povo: tudo o que sobe, tem de descer. Ou então, quanto mais alto, maior é a queda!

A sabedoria popular dá constantes provas de fiabilidade, ainda que o ‘povo’ possa não ter um conhecimento muito aprofundado das metodologias do futebol moderno.

O título de ‘campeão de inverno’ parece ter feito mal aos ‘Guerreiros do Minho’, eventualmente inebriados com o sucesso da conquista.

Artur Jorge bem alertou, ainda antes do jogo com o Sporting, em Alvalade: apesar de já terem conquistado um título, ainda havia muita temporada pela frente, objetivos para atingir e ativos para valorizar.

A verdade, porém, é que a equipa não tem estado à altura das exigências e a queda, desde esse pódio de Leiria, tem sido acentuada. Em resultados, em exibições e em sensações.

Empate em casa com o Chaves, vitória tangencial sobre o Moreirense e duas derrotas seguidas, com goleadas, com Sporting e Qarabag.

Os adeptos sentem uma equipa intranquila, insegura e ineficaz. Nada a ver com as memórias de um passado recente, com destaque para os jogos da Liga dos Campeões.

Sempre se disse, desde o início da época, que o Sporting de Braga tinha desequilíbrios, com mais qualidade no ataque do que na defesa, com dificuldades nas transições após perder a bola ou a cobrir o espaço – em particular nas costas dos defesas.

Mas tinha uma garra, um estoicismo e uma crença que pareciam inabaláveis. E o talento aparecia, na espuma da onda dessa confiança que desafiava probabilidades.

Agora nota-se o contrário: a soma de resultados negativos que pareciam pouco prováveis e uma preocupante incapacidade de resposta.

O que mudou em pouco mais de duas semanas?

Bruma está lesionado já há algum tempo – de resto, já não esteve em Leiria. O mercado não ajudou: não se reforçou a defesa e saíram três médios, entrando um.  

Artur Jorge compreende a insatisfação dos adeptos e diz que não é tempo de explicar, antes de reunir.

Percebe-se. Mas é bom que o próprio treinador perceba o que está a acontecer, de onde vem tanta intranquilidade, para encontrar respostas. Para, como disse, continuar a perseguir as metas que ainda tem definidas para esta temporada.

E sim, é possível ir vencer ao Azerbaijão. Mas fazendo tudo de forma bem diferente do que se viu nesta primeira mão.