Fracasso rotundo!

Com Chelsea, D. Kiev e Maccabi Telavive, o não apuramento do FC Porto para os oitavos da Liga dos Campeões é obviamente um fracasso rotundo.

Mesmo que fosse o Chelsea forte, sólido e ameaçador de um passado não tão longínquo assim, os dragões teriam sempre o segundo lugar como objectivo mínimo a cumprir. Apesar de, com essa posição, escapar o estatuto de cabeça de série, valeria os oitavos de final e, sim, um embate complicado com um tubarão. Mas isso seria para pensar em fevereiro.

O terceiro lugar e a descida à Liga Europa foi o mínimo que se arranjou, mas não deixa de ter sabor amargo e de até intensificar a insatisfação trazida da última temporada com o seu treinador, como se viu nas redes sociais durante a partida e, depois, na chegada da equipa de Londres. A margem tornou-se pequena de mais.

Em causa estão os falhanços em momentos decisivos, que vêm da última temporada, mas também essa necessidade que tem de tentar sempre algo novo, colocando-se ainda mais a jeito do fracasso e de novas críticas.

Com o Dínamo Kiev, o seu jogador em melhor rendimento ficou no banco até ao intervalo.

Depois, trocou Maxi por André André e embrulhou toda a equipa com uma série de alterações posicionais: Layún passou para lateral direito, Danilo recuou para central, Indi foi lateral esquerdo e Rúben Neves passou para seis, atrás de André André e Imbula, o tal que não jogava há três jogos. Uma confusão. Corona e Osvaldo ainda iriam entrar, mas o mal estava feito.

Com o Chelsea, três centrais num 3x5x2 ou 5x3x2 se preferirem antes nunca usado, sem ponta de lança com necessidade de ganhar, e Mourinho a poder jogar como gosta, em transição, porque o empate bastava. 1-0 e manteve tudo na mesma, a mudança aconteceu apenas com o segundo golo, já com o encontro decidido.

Sim, houve antes o empate em Kiev e o triunfo, talvez excessivamente elogiado, no Dragão perante os britânicos. Esses resultados, mais a fragilidade do Maccabi, de quem os portistas dependeriam na última ronda se não vencessem em Londres, tinham colocado o FC Porto muito perto dos oitavos. Faltava não falhar nos momentos decisivos.

Falhou. Com estrondo.

A impaciência cresceu de forma assustadora.

Julen Lopetegui terá a 2 de janeiro, em Alvalade, mais uma oportunidade para livrar-se desse rótulo pesado que lhe atribuem por falhar sempre nos momentos decisivos. Essa será a próxima final, e poderá ter ainda maior peso mediante o resultado da próxima jornada da Liga na Choupana.

É que depois disto não há nada mais na cabeça dos adeptos que não o título.

Mesmo que considerem essa hipótese, uma eventual redenção na Liga Europa já só virá depois do clássico.

LUÍS MATEUS é subdiretor do Maisfutebol e pode segui-lo no TWITTER. Além do espaço «Sobe e Desce», é ainda responsável pelas crónicas «Era Capaz de Viver na Bombonera» e «Não crucifiquem mais o Barbosa» e pela rubrica «Anatomia de um Jogo».