DESTINO: 90's é uma rubrica do Maisfutebol: recupera personagens e memórias dessa década marcante do futebol. Viagens carregadas de nostalgia e saudosismo, sempre com bom humor e imagens inesquecíveis. DESTINO: 90's. 
 
PETAR KRPAN: Sporting (1998/99); U. Leiria (1999 a 2001; 2004/05)


França 98 ficará sempre na história como o único Mundial com Croácia e Jugoslávia. O primeiro torneio com os croatas, o último com a designação da antiga República Socialista.
 
Nesse torneiro, contudo, se a Jugoslávia foi mera figurante (eliminada nos oitavos de final pela Holanda), a Croácia foi protagonista de relevo.
 
Tal como Portugal em 1966, os croatas chegaram ao terceiro lugar em ano de estreia. Uma equipa, de facto, de sonho, com Davor Suker, Boban, Prosinecki, Stanic, Jarni e…Krpan.
 
O avançado era, na altura, um desconhecido dos portugueses e também não foi o torneio que o consagrou. Afinal, acabou por jogar apenas poucos minutos no jogo dos oitavos de final, com a Roménia. Única participação e não por falta de oportunidades: a Croácia só caiu nas meias-finais.
 
Ao Maisfutebol, Krpan recorda a epopeia: «É uma história maravilhosa. Ainda se vai falar dela daqui a muitos anos.»
 
Só há um lamento, contudo. «Foi pena não termos ganho o Mundial. Merecíamos ter ganho. Tínhamos equipa para isso», considera.
 
A Croácia teve um percurso limpo até às meias-finais, com destaque para o jogo dos «quartos», em que arrasaram a Alemanha (3-0).
 
«Aquelas meias finais marcaram-nos. Estávamos a ganhar e sofremos dois golos na segunda parte. Foi pena», lamenta.
 
Liliam Thuram foi o herói improvável desse jogo. Ele que nunca tinha marcado qualquer golo pela seleção antes desse jogo. E nunca mais voltou a marcar. «É incrível o que aconteceu», limita-se a comentar Krpan.

 

 
Nem os anos que passaram apagam esse lamento e a convicção que ficou depois de assistirem ao jogo decisivo de Paris: «Contra aquele Brasil que jogou a final tínhamos ganho.»
 
«Tínhamos uma equipa fantástica. Suker, Boban, Boksic, que chegou lesionado, Mario Stanic, Prosinecki, Jarni, Vlaovic…enfim. Era muito difícil jogar. O Suker foi o melhor marcador. Não havia muito espaço para mim», comenta.
 
As diferenças para a Croácia atual são evidentes, considera. «A equipa agora não é tão boa. Tem alguns jogadores bons, claro. Rakitic, Modric, Mandzukic. Mas falta uma equipa. Agora vamos ver se o Niko Kovac consegue unir o grupo», projeta.
 
Reencontro com Portugal marcado para…o Azerbaijão
 
Petar Krpan é o atual selecionador croata sub-17 e tem, por isso, encontro marcado com Portugal, onde poderá matar saudades do futebol luso. Mas longe do país.
 
As duas seleções vão defrontar-se no Azerbaijão, na Ronda de Elite de acesso ao Europeu da categoria.
 
«Aceitei este desafio há três meses e vamos jogar contra Portugal. Ainda não estudei muito a equipa, estou a trabalhar nisso nesta altura, mas Portugal tem sempre bons jogadores, por isso já sei que vai ser difícil», comenta Krpan.
 
Para além de Portugal e do próprio Azerbaijão, o grupo de acesso ao Europeu da Bulgária integra ainda a Sérvia.
 
Krpan está concentrado nessa meta mas não esconde uma ambição: «Gostava de treinar em Portugal. Por que não?».