O jogador com mais assistências na Liga 2013/14 não serviu, sequer, para suplente dos suplentes da seleção. Candeias não esconde alguma mágoa por nunca ter estado perto de entrar na elite do futebol português, mas frisa que não é caso único.
 
O avançado que o Benfica cedeu ao Nuremberga, fez boas temporadas no Nacional, com destaque para a última, que até lhe valeu o passaporte para a Luz. Contudo, para Paulo Bento, na altura o selecionador, nunca contou.
 
«Não digo ir ao Mundial, mas houve ali jogos de preparação em que poderiam ter dado oportunidade a outros jogadores», considera em entrevista ao Maisfutebol.
 
Continua a alimentar o sonho de chegar à seleção nacional?
 
É um sonho que tenho desde há muito tempo. Pensava que poderia já ter chegado, pela época que fiz no Nacional, mas as escolhas foram outras e só tenho de respeitar. Mas acho que tenho qualidade para chegar à seleção.
 
Ficou alguma mágoa por nunca ter sido chamado durante a temporada passada, por exemplo?
 
Sim, acho que merecia, por aquilo que fiz. Fui o jogador com mais assistências da Liga e deveriam olhar também para isso. Só que jogar no Nacional não olham tanto para isso como se jogasse no Benfica ou noutro clube grande. Deveria olhar mais também para os pequenos porque há ali muita qualidade. Jogar no Nacional ainda não é tão bem visto como jogar num Benfica, num Sp. Braga ou num Sporting.
 
Acha que merecia ter ido ao Mundial?
 
Isso não digo, mas houve ali jogos de preparação em que poderiam apostar mais noutros jovens que estavam a aparecer para mostrarem a sua qualidade. Tanto eu como o Bebé, por exemplo, que fez uma boa época no Paços de Ferreira. E outros mais. O Adrien fez uma grande época e não foi ao Mundial e era dos que mais merecia. Por isso, acho que deveriam olhar mais para isso do que para outras coisas que acontecem por fora. Não sei…
 
Alguma vez conversou com Paulo Bento ou Fernando Santos?
 
Nunca tive qualquer conversa. Nunca estive em nenhuma pré-convocatória sequer. Os únicos do Nacional foram o Neto, na altura em que ainda estava lá, e o Miguel Rodrigues.
 
Estar na Alemanha, agora, a jogar na II Divisão, prejudica-o?
 
É difícil pela forma como se joga lá. É um jogo mais de luta, mais de força. Em Portugal estamos habituados a um futebol mais técnico e é diferente. Na II Liga sou capaz também de estar mais escondido, apesar de ser um campeonato competitivo. O Vieirinha está na Alemanha e é convocado, mas joga no Wolfsburgo que está em 2º lugar na Bundesliga e tem outra visibilidade, claro. Mas vou continuar a trabalhar e, para o ano, se voltar ao Benfica terei uma boa oportunidade para me afirmar e, quem sabe, chegar à seleção.