Chegou e marcou. Candeias viveu um início de aventura no Nuremberga de sonha e isso ajudou-o a cimentar um lugar no clube. Tem jogado e já soma mais de 1000 minutos divididos por 16 jogos.

Agora o campeonato parou e só volta em fevereiro. Candeias veio a Portugal passar o natal com a família e aceitou o repto do Maisfutebol para abordar estes primeiros tempos na Alemanha.
 
Faz um balanço positivo dos primeiros meses no Nuremberga e, apesar de um período conturbado que levou à troca do treinador, acredita que poderá ajudar o clube a subir de Divisão, antes de voltar ao Benfica, o seu desejo. Mas isto se o Nuremberga permitir, porque a opção de compra é dos alemães.
 
Qual o balanço que faz dos primeiros meses na Alemanha?
 
O balanço é positivo. Cheguei e receberam-me da melhor maneira. As coisas começaram a correr bem logo no primeiro jogo e isso deu-me mais confiança para demonstrar o meu valor. Estou contente pela forma como fui recebido. O primeiro jogo ajudou muito. Chegar e marcar fez com que me olhassem de outra maneira. As pessoas confiam em mim e nota-se que gostam de mim.
 
Como descreve a equipa do Nuremberga? Qual é o nível da equipa, que ainda recentemente andava nas provas europeias?
 
É uma equipa jovem e ambiciosa à qual falta ainda alguma experiência. Saíram muitos jogadores e também entraram muitos, 18 no total. Quando assim é, para começar a carburar é difícil, mas agora acho que estamos a encontrar o caminho certo e a encontrar o rumo que queríamos, que era estar nos primeiros lugares. Estamos em oitavo, a seis pontos do segundo, o que é bom. Falta muito campeonato e a equipa tem condições para terminar bem e até subir de Divisão.
 
Como se adaptou um clube como o Nuremberga à II Divisão?
 
O objetivo desde o início foi o da subida. Nota-se que é isso que a equipa quer, apesar de termos passado alguns jogos com mais dificuldades, mas agora acho que estamos a apanhar o rumo certo e temos tudo para conseguir fazer um bom campeonato.
 
Como é o nível a II Liga na Alemanha em comparação com a Liga portuguesa, por exemplo?
 
O campeonato é mais competitivo, vê-se na classificação porque até ao nono lugar estão todas as equipas muito juntas. Tanto podes ganhar ao primeiro como perder com o último. Em Portugal, por exemplo, o futebol é mais técnico, na Alemanha é mais à base da força mas nota-se que há jogadores com muita qualidade. É um bom campeonato para mim. A minha característica principal é a velocidade e a equipa tem aproveitado isso.
 
Resumindo, o Nuremberga foi uma boa opção?
 
Sim. Quando me falaram em ir para uma II Liga fiquei um pouco de pé atrás, mas neste momento acho que foi o passo certo. É uma experiência que estou a gostar muito e que me vai enriquecer no futuro, seguramente. Tinha mais opções e em conversas com o meu empresário e o Benfica decidimos que era o melhor para mim. Não estou nada arrependido. Poderia ter ficado em Portugal, mas os clubes que surgiram não queriam pagar o meu ordenado. A solução foi esta e de certa forma já tinha fechado um ciclo em Portugal, num clube de segunda linha. O Nacional foi importante para mim, para o meu crescimento, mas já estava na hora de sair. Fiz o meu trabalho, acho que foi bom. Claro que sonhava com alguma coisa mais alta e apareceu o Benfica. Não fiquei lá, respeito as decisões e vou trabalhar para voltar para o ano e ficar no plantel.
 
Jogar na Alemanha é muito diferente de Espanha onde também jogou?
 
É diferente. A Liga é muito melhor e tem melhores jogadores. Também a idade era outra. Agora estou mais experiente e isso tem-me ajudado na adaptação. É um futebol que muita gente, se calhar, ainda não acompanha mas é muito enriquecedor. Se excluirmos os grandes, a II Liga alemã está ao nível da Liga portuguesa. A forma como têm o campeonato organizado, os clubes nunca atrasam os pagamentos…Em Portugal os clubes ficam dois, três meses sem pagar, lá isso é impensável. Nenhum clube tem ordenados em atraso. Isso motiva e dá outro conforto aos jogadores.
 
Que objetivos tem para a segunda metade do campeonato?
 
Quero fazer ainda melhor. A adaptação foi boa, mas queremos sempre mais. O meu amigo argentino Pinola diz-me sempre para não me preocupar que os primeiros seis meses são sempre uma realidade nova, chegamos a outro país, é um clube novo. O que fiz não foi muito bom, mas foi bom. Agora na segunda volta quero mostrar ainda mais qualidade e ajudar mais a equipa. O objetivo é deixar o Nuremberga com o clube na I Liga. É onde merece estar.
 
E depois voltar ao Benfica?
 
Esse é o meu principal objetivo. Gosto da Alemanha, tenho sido muito bem tratado e o clube até tem opção de compra até dia 31 de maio, mas claro que o meu objetivo é regressar porque sei que tenho qualidade para afirmar-me no Benfica.