A sua revista digitalA polémica estalou em Espanha e Gerard Piqué volta a estar no olho do furacão. Tudo porque o defesa-central do Barcelona tomou a estranha decisão de se apresentar o encontro de qualificação para o Mundial de 2018 com uma camisola com as mangas cortadas.
Ao contrário dos seus companheiros, Piqué não optou por uma camisola de manga curta, que no equipamento alternativo, todo branco, tem um rebordo na manga da camisola com a bandeira espanhola. Ao invés, preferiu cortar uma camisola de manga comprida e assim evitou retirou as cores da bandeira nacional, o que fez rebentar a especulação sobre um possível gesto provocatório e uma manifestação encapotada de orgulho catalão.
A polémica foi tal que a Real Federação Espanhola de Futebol reagiu através de comunicado, afirmando o seu apoio ao atleta e justificando que «o jogador cortou as mangas com o único objetivo de jogar mais cómodo».
Uma explicação alinhada com a do jogador, que após o jogo salientou que não usou uma camisola igual à dos seus companheiros porque «as mangas eram demasiado curtas e incomodavam». Piqué revelou ainda que «o Mundial da Rússia vai ser a sua última competição por Espanha»: «Não é uma decisão que tomo a quente. Refleti muito e é assim que me sinto (…) Não tenho sido bem recebido ao longo destes anos, apesar de dar tudo e continuar a dar.»
Historial «independentista» do central catalão
Não foi a primeira vez que Piqué esteve envolvido numa polémica em torno de um gesto provocatório para com Espanha.
Em junho, durante o jogo diante da Croácia no Euro 2016, o defesa-central catalão de 29 anos, foi acusado de fazer um gesto obsceno enquanto soava o hino espanhol.
Na altura, o jogador reagiu na sua conta oficial na rede social Twitter, explicando que estava apenas a cruzar os dedos e que a polémica não fazia qualquer sentido. Facto é que o gesto levantou grande celeuma sobretudo em alguns setores da comunicação social espanhola.
Fora de campo, Piqué, que cumpriu ontem a 86.ª internacionalização por Espanha e que pela seleção não oficial catalã fez 9 jogos, tem expressado o seu apoio à independência da Catalunha e a defesa por um referendo para uma consulta popular sobre o tema.
A 11 de setembro de 2014, no Dia Nacional da Catalunha, Piqué foi fotografado com Milan, seu filho mais velho da relação com Shakira, numa manifestação que juntou centenas de milhares de pessoas em Barcelona em prol da causa independentista.
Já em fevereiro deste ano, em entrevista ao El Mundo o jogador abordou o tema sem contudo esclarecer cabalmente a sua posição: «Não tem nada que ver estar a favor do referendo com estar a favor da independência da Catalunha. Há muita gente que apoia a consulta e está contra a independência (…) Estamos num mundo tão global que não adianta pôr cada um no seu canto. Eu sou espanhol, a minha mulher é metade libanesa e metade colombiana, os meus filhos são catalães, espanhóis, libaneses e colombianos…»
Reviravolta à italiana vale liderança com a Espanha
À margem da polémica, Espanha venceu a Albânia por 0-2, com golos de Diego Costa e Nolito, e passou para a liderança do Grupo G, juntamente com a Itália, que também tem sete pontos em três jogos, que esta noite conseguiu uma reviravolta nos descontos na Macedónia.
Os italianos venceram por 2-3 graças a um bis de Ciro Immobile nos últimos 15 minutos – o segundo já depois do minuto 90. No outro jogo do grupo, o Liechtenstein esteve bem perto do empate em Israel mas acabou por perder por 1-2.
No Grupo I, destaque para o triunfo da Islândia – em casa diante da Turquia, por 2-0 – que lidera juntamente com a Croácia, que foi vencer à Finlândia (0-1), enquanto a Ucrânia derrotou o Kosovo (3-0).
Por sua vez, a Sérvia lidera o Grupo D, após vencer a Áustria por 3-2, com os mesmos 7 pontos da República da Irlanda que foi vencer à Moldávia por 1-3. Já o País de Gales não foi além de um empate em casa diante da Geórgia numa das grandes surpresas da noite de domingo.
