O novo Estádio da Luz festeja, nesta sexta-feira, 25 de outubro, o seu décimo aniversário. Uma década de momentos marcantes, bons ou nem tanto assim, não só para o Benfica como também para a Seleção Nacional, mas também para quem visitou o maior recinto do país. São dez anos de emoções várias, de momentos gravados em cada cadeira, em cada corredor, em cada viga da cobertura. Para além dos sons e dos cheiros, a memória grava também imagens de forma aleatória, mas guardadas ficam também as datas, os dados. Para assinalar a data o Maisfutebol decidiu escolher os momentos mais marcantes do novo Estádio da Luz.

DEZ ANOS, DEZ MOMENTOS:

A festa de inauguração
O Nacional de Montevideu foi o convidado do jogo de inauguração do novo Estádio da Luz, a 25 de outubro de 2003. Com casa cheia e Pedro Proença a apitar, o Benfica, então treinado por José Antonio Camacho, venceu por 2-1. Nuno Gomes bisou e foi assim a grande figura da festa inaugural. O avançado precisou de apenas sete minutos para fazer o primeiro golo oficial do novo recinto: aproveitou um ressalto à entrada da área e com um remate à meia volta bateu Bava, que assim também ficou na história desta «catedral». Assim como o colega Mello, autor do primeiro golo visitante.

Desilusão no primeiro jogo oficial
Uma semana depois da inauguração, o Estádio da Luz recebeu o primeiro jogo oficial. O Benfica recebeu o Beira Mar para a 10ª jornada da Liga, e acabou derrrotado por duas bolas a uma. A equipa da casa até esteve a vencer, graças a um golo de Simão Sabrosa (41m), mas a formação aveirense conseguiu dar a volta ao resultado. Sandro Gaúcho empatou no início da segunda parte (51m), e depois o holandês Clyde Wijnhard (64m) apontou o tento decisivo, ficando também na história do novo «ninho».

O drama de 2004
O Estádio da Luz tem sido também a casa dos jogos mais importantes da Seleção. Recebeu, por exemplo, os dois «playoffs» com a Bósnia, para o Mundial2010 e para o Euro2012. Vai agora receber também o «playoff» para o Mundial2014, com a Suécia. E em 2004 foi o palco da final do Campeonato da Europa. Foi a 4 de julho que a equipa das quinas esteve muito perto da glória, mas viu-se ludibriada por uma Grécia venenosa. Um golo de Angelo Charisteas deixou em lágrimas não só a Luz, como uma nação inteira.

Caminho aberto para o primeiro título
A 14 de maio de 2005 o Estádio da Luz recebeu um dérbi entre Benfica e Sporting, as duas equipas que partilhavam a liderança da Liga, a duas jornadas do fim. Considerado o jogo do título, ainda que a matemática também alimentasse a esperança do FC Porto (e até do Sp. Braga), o duelo lisboeta foi decidido por um golo de Luisão, a sete minutos do fim. O Sporting ficou afastado da conquista do título, que o Benfica confirmou na última jornada, com uma vitória no Bessa. Após o triunfo sobre o Boavista a equipa encarnada viajou para Lisboa de avião, e a nova Luz teve direito à sua primeira festa do título (que até acabou cedo, por força da invasão de campo).

A primeira grande noite europeia
Só na época 2005/06 é que o novo Estádio da Luz recebeu jogos da fase de grupos da Liga dos Campeões. O primeiro visitante foi o Lille, depois o Villarreal e por fim o Manchester United, na derradeira jornada. O Benfica entrou em campo no último lugar do grupo, e para defrontar uma equipa que, mais do que principal candidata à vitória no grupo, era uma das favoritas para a conquista da prova. Um golo de Paul Scholes, logo aos seis minutos, complicou ainda mais as contas, mas o Benfica, então treinado por Ronald Koeman, teve força para dar a volta ao marcador, com golos de Geovanni e Beto. A equipa portuguesa passou à fase seguinte e deixou os «red devils» pelo caminho.

A Académica também gosta da Luz
A Académica guarda boas memórias da nova Luz. Ao longo de uma década de vida do novo recinto do Benfica, a Briosa venceu lá três vezes. E o primeiro dos triunfos representa a derrota mais pesada do Benfica no seu palco: 0-3, em 2007/08. Foi a 11 de abril de 2008, em jogo da 26ª jornada. Treinada por Domingos Paciência, a Académica conseguiu uma vitória clara e histórica, com golos de Miguel Pedro, Berger e Luis Aguiar.

A goleada das goleadas
Da maior derrota do Benfica no novo estádio, para a maior vitória. A 31 de agosto de 2009 as «águias», já treinadas por Jorge Jesus, receberam o Vitória de Setúbal para a terceira jornada da Liga. Resultado final: 8-1! Três golos de Cardozo e um para Javi García, Luisão, Aimar, Ramires e Nuno Gomes. O Benfica vinha de outra goleada, ao Vorskla Poltava (4-0), e depois fez o mesmo a Leixões (5-0), Everton (5-0) e Nacional (6-1) num curto espaço de tempo, mas com o Vitória de Setúbal foi a goleada das goleadas.

O título do «compressor»
De goleada em goleada, com nota artística elevada, o Benfica acabou por conquistar o título nessa época 2009/10, a primeira de Jorge Jesus nas «águias». O Benfica praticou o melhor futebol, mas a fantástica campanha do Sp. Braga só permitiu fazer a festa na última jornada. Teve a possibilidade de a fazer uma semana antes, no Estádio do Dragão, mas o FC Porto não deixou. Ficou para o último dia, com o Benfica a vencer o Rio Ave por 2-1, com «bis» de Cardozo.

Apagaram-se as luzes para o rival fazer a festa
3 de abril de 2011. Para os adeptos benfiquistas será, provavelmente, o dia mais triste da história da nova casa. Foi neste dia que o FC Porto foi à Luz vencer por duas bolas a uma, na 25ª jornada da Liga, e festejou, logo ali, o título de campeão. Logo após o apito final foram desligadas as luzes do estádio, e acionado o sistema de rega, mas isso só deu ainda mais força à festa do FC Porto, comandado por André Villas-Boas. O pesadelo benfiquista não terminaria aqui, contudo: alguns dias depois os «dragões» voltaram a fazer a festa na Luz, garantindo a presença na final da Taça de Portugal com uma vitória por 3-1, anulando a vantagem que o Benfica tinha conseguido no Dragão (0-2).

Passaporte para o regresso a uma final europeia
O Fenerbahçe foi o adversário do Benfica nas meias-finais da Liga Europa 2012/13. A equipa portuguesa começou por ir à Turquia, e regressou com uma desvantagem de um golo, marcado por Korkmaz. Uma semana depois, na Luz, o Benfica venceu por 3-1, com dois golos de Cardozo e um de Gaitán (Kuyt marcou para os visitantes). Vinte e três anos depois o Benfica estava de volta a uma final europeia, que acabaria por perder para o Chelsea, já em período de descontos do jogo de Amesterdão.