O confronto entre duas das melhores equipas do campeonato era também um confronto de estilos: de um lado o futebol agradável, rendilhado e de espírito aberto do Estoril, do outro o futebol físico, esforçado e suado do Gil Vicente.

No final ganhou o futebol de sorriso nos lábios.

Ganhou o Estoril, claro, e voltou aos triunfos caseiros quase cinco meses depois do último: desde 22 agosto, quando bateu o Pasching, que não vencia em casa.

Pelo caminho segurou o quarto lugar, é preciso sublinhá-lo.

O Estoril não ganhou apenas no resultado: ganhou em toda a linha. O resultado chega aliás a ser escasso para tão grande domínio sobre o jogo.

O Gil Vicente entrou em campo muito fechado na retaguarda, a defender bem, com agressividade, para explorar depois as saídas rápidas para o ataque através de lançamentos longos para os extremos (sobretudo Diogo Viana). Foi uma estratégia que durou menos de metade do jogo.

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Chegou a ameaçar ser um sucesso, é verdade, sobretudo quando o Estoril insistia, insistia, insistia, mas não entrava nas zonas de finalização. Nessa altura via-se o rosto dos jogadores canarinhos acumular nervos, e pensava-se que a coisa podia ficar difícil para a formação de Marco Silva.

Com o tempo, porém, o Estoril foi expondo algumas fragilidades da estratégia do Gil Vicente: sobretudo nas diagonais dos extremos à procura da finalização ao primeiro poste.

Sebá ameaçou por duas vezes e Balboa obrigou Adriano a grande defesa. Até que aos 26 minutos chegou o momento do jogo: um lance de génio de Evandro, que recebeu de Babanco, rodou sobre Luan e rematou colocado junto ao poste.

O Estoril quebrava a barreira gilista e obrigava o adversário a ser diferente. O Gil Vicente tentou então subir no terreno, mas percebe-se que esta é uma equipa que vive melhor joga recuada e fica com todo o espaço na frente para correr.

EVANDRO, O DESTAQUE MAIOR DO JOGO

O que é certo que o Gil Vicente abriu-se ligeiramente e aí veio ao de cima a noite mais inspirada do Estoril. Sebá ficou muito perto do golo, outra vez, Bruno Lopes rematou em arco para outra excelente defesa de Adriano.

Na segunda parte a história não mudou nem um bocadinho.

O Gil Vicente continuou a ser obrigado a jogar mais subido, mas sem incomodar Vagner, o Estoril ficou com mais espaço e por isso voltou a ser a única equipa que criou perigo.

Balboa e Sebá tiveram excelentes oportunidades para marcar, Filipe Gonçalves falhou na cara de Adriano e Bruno Lopes atirou fortíssimo ao poste.

Até que aos 86 minutos Diogo Amado fez justiça e marcou o golo da tranquilidade.

Antes disso, João de Deus tinha tentado tudo, tirara dois médios para colocar dois avançados, partira a equipa, mas a verdade é que terminou o jogo com apenas um remate digno de registo: logo aos onze minutos Diogo Viana atirou para defesa segura de Vagner.

O que resume tudo que ficou dito atrás, ou não?