E o adversário de Portugal no próximo domingo é a França que, esta quinta-feira, em Marselha, derrubou a Alemanha campeã do Mundo com dois golos de Antoine Griezmann, neto de um português, e uma solidez defensiva inabalável. A equipa de Joachim Löw esteve por cima em boa parte do jogo, mas não resistiu ao pragmatismo dos franceses que ganharam vantagem com uma grande penalidade em cima do intervalo e aumentaram a vantagem num altura em que a Alemanha dava tudo na procura do empate.

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Tal como no jogo com a Itália, a Alemanha voltou a meter a mão na poça. Depois de Boateng, agora foi a vez de Schweinsteiger levar uma mão à bola numa altura crucial do jogo, mesmo em cima do intervalo. Um lance que acabou por dar uma preciosa vantagem à França que, na segunda parte, conseguiu suster a reação alemã e chegar ao segundo golo.

Os franceses, ainda com a Marselhesa a soar no Vélodrome, entraram forte no jogo, a imporem profundidade no jogo, com autoridade e velocidade. Griemzann esteve perto de marcar, logo aos sete minutos, na conclusão de um dos lances mais bonitos do jogo, combinando com Payet e Matuidi, numa série de tabelinhas, antes de rematar para defesa apertada de Neuer.  A Alemanha, apesar de tudo, não tremeu, pelo contrário, com um jogo mais pausado, foi crescendo, devagar, sem pressa, mas com um controlo cada vez mais acentuado.

Com Emre Can ao lado de Schweinsteiger, a Mannschaft deixava Kroos mais solto para jogar entre Özil e Draxler no apoio direto a Müller. A França apresentava-se num sistema idêntico, com Matuidi e Pogba à frente da defesa, mas foi-se encolhendo em campo, pressionada por uma Alemanha que foi enchendo o peito e aproximando-se passo a passo da área de Lloris. A França respondia, agora, a espaços, com rápidas incursões de Payet, Giroud e Griezmann, mas passava mais tempo a tentar recuperar a bola que foi sua nos primeiros instantes do jogo.

Mas a verdade é que o domínio alemão, com uma elevada percentagem de posse de bola, traduzia-se agora numa série de oportunidades, e as atenções concentravam-se no sucessivos de voos de Lloris para chegar às bolas de Müller e Schweinsteiger. Giroud ainda contou com uma boa oportunidade, num rápido contra-ataque em que se destacou, mas, sem velocidade, permitiu a recuperação de Höwedes e acabou desarmado quando preparava o remate já no interior da área. Era de facto a Alemanha que mandava no jogo, quando Schweinsteiger, numa disputa de bola com Evra, desviou uma bola com a mão. Os alemães, que já tinha protestado faltas sobre Schweinsteiger e Kroos [esta fora da área], ainda protestaram, mas o italiano Nicola Rizzoli não teve dúvidas. Griezmann, desde a marca dos onze metros, atirou com confiança para o lado contrário de Neuer e a França chegou ao intervalo a vencer.

A França tentou voltar a entrar forte na segunda parte, mas em poucos minutos estava novamente submetida à pressão alemã que ganhava vida com as incursões dos laterais Kimmich Hector. No entanto, a Alemanha, que já tinha entrado no jogo fragilizada, com o castigo de Hummels e com as lesões de Khedira e Mario Gomez, perdeu também, pelo caminho, Boateng por lesão. Para não perder a dinâmica, Joachim Löw manteve o esquema intato com a entrada de Mustafi, mas depois de mais uma série de oportunidades foi a França que voltou a marcar na sequência de um erro tremendo de Kimmich na área alemã. Pogba recuperou uma bola e cruzou-a para a área. Neuer saiu de entre os postes e ofereceu-a a Griezmann que agradeceu com o segundo golo da França.

Todos os números deste jogo: Alemanha acabou com 67 por cento de posse de bola

Este golo bateu mais fundo na Manschaft e, ainda com quase vinte minutos pela frente, começava a tornar-se mais claro que seria mesmo a França a seguir para a final de Paris. A Alemanha nunca baixou os braços, diga-se, mais do que isso, carregou com tudo o que tinha até ao último instante do jogo, mas hoje não era mesmo dia para a Alemanha marcar. Kimmich, na marcação de um livre, acertou no poste, Draxler também atirou a rasar o ferro e Howedes cabeceou poucos centímetros por cima da trave. Um golo podia reanimar a Mannschaft e o jogo, mas a verdade é que, quer por mérito da defesa francesa, com Lloris sempre em destaque, quer por azar dos alemães, a bola nunca entrou.

Pelo meio, Griezmann, em mais um rápido contra-ataque, esteve muito perto de completar um hat-trick mas, ainda assim, com os dois golos marcados nesta meia-final e ainda com um jogo por disputar, o avançado do Atlético Madrid já conta com seis golos nesta fase final. Melhor só Michel Platini em 1984.