Nome francês, apelido português, mas 100 por cento sangue lusitano a correr-lhe nas veias. Anthony Lopes foi a grande novidade do segundo dia de estágio da seleção nacional. Depois de falhar o primeiro dia de treinos, o guarda-redes do Lyon juntou-se aos companheiros, alargando para 15 jogadores o grupo à disposição de Fernando Santos.

Natural de Guivors, França, Anthony Lopes foi uma descoberta da prospeção lusa, começando a representar as seleções nacionais logo nos sub-17, ainda na era Luiz Felipe Scolari. Formado no Lyon, cresceu naturalmente, foi internacional sub-19, depois sub-21, já com Rui Jorge, e deu o salto para a seleção principal à medida em que foi ganhando protagonismo também no clube francês.

Estreou-se no particular com Cabo Verde, já pela mão de Fernando Santos, e é, atualmente, quase de forma indiscutível, o número 2 entre os guarda-redes. Com 25 anos, promete ser uma sombra de Rui Patrício.

E não é para menos. Vem de três épocas consecutivas como titular indiscutível no Lyon, assumindo-se como o herdeiro de Hugo Lloris. É verdade que não no imediato, já que Rémy Vercoutre foi o preferido inicialmente, mas, aos poucos, Lopes foi ganhando espaço e relegando o veterano francês para um papel mais secundário.

Anthony Lopes em ação pelo Lyon

Em 2013/14 fez 49 jogos pelo Lyon e muitos já reclamavam que merecia um lugar no Mundial do Brasil, mas Paulo Bento decidiu manter a fórmula do Europeu, apostando em Beto e Eduardo.

Fez 45 jogos na época seguinte e, nesta, chegou aos 47. Falta-lhe um jogo oficial pela seleção, mas a verdade é que Patrício não tem dado hipóteses desde o Europeu da Polónia e Ucrânia.

A chegada tardia de Lopes deveu-se a um problema no voo de ligação. Nesta altura, sublinhe-se, Fernando Santos já conta com os três guarda-redes que estarão em França…que Anthony Lopes conhece como poucos.

Como está João Moutinho?

A forma de João Moutinho foi um dos temas que dominou a conferência de imprensa desta terça-feira. Não é para menos. O médio é um dos intocáveis da seleção há largos anos mas não viveu a mais fulgurante das temporadas.

O final da época ficou até marcado por uma lesão que chegou a levantar dúvidas sobre a forma como chegaria à fase final. De 11 de março para cá, apenas fez três jogos oficiais no Mónaco.

Moutinho esteve sempre sorridente perante os jornalistas

Assumindo que ainda sente «umas dorzinhas», garante que tudo mudará em breve: «Chego bem, todos nós chegamos minimamente bem e vamos tentar melhorar a condição física, mesmo alguma dor que tenhamos vamos tentar nestas semanas melhorar e estarmos na cem por cento para o início da competição, é para isso que servem estas semanas.»

Curiosamente, e numa altura em que se fala de lesões, o sinal de alarme do dia veio de um treino mas não da seleção nacional. Aconteceu em Madrid, quando Ronaldo caiu tocado. Mas o português já assegurou que foi só susto.

Voltando a Moutinho, a conversa passou muito também pelo rejuvenescimento do grupo. O médio elogiou o desempenho da seleção sub-17 no último Europeu e ainda falou dos mais novos do grupo principal, como Renato Sanches ou João Mário. «Têm tido uma evolução extraordinária», elogiou.

Tudo isto num dia também marcado pelo «ataque dos vampiros». Antes do treino, marcado para as 10h30, o grupo foi surpreendido por uma visita da Autoridade Antidopagem, para um controlo. Todos foram submetidos a análises.