*Enviado-especial ao Euro 2016

Fernando Santos pede equilíbrio aos seus jogadores, correndo riscos. O selecionador está consciente das diferenças que o encontro que a Áustria vai trazer em relação ao embate anterior.

«Há coisas boas no jogo anterior, e coisas não tão bem conseguidas, mas não foi por falta de vontade ou atitude. Os jogadores deram o seu melhor, tiveram uma atitude boa. Este jogo é importante e terá nuances diferentes. Mas um jogo de futebol é um jogo de equilíbrio, vamos tentar dominar e assumir o jogo para ganhá-lo, porque se não o fizermos nunca conseguiremos ganhar, mas vamos querer estar sempre bem equilibrados. Sabemos que do outro lado a Áustria vai querer o mesmo, e vai tentar a grande dinâmica que possui na frente, mas nunca serão duas equipas malucas. Vai haver equilíbrio, e correr riscos, e a Áustria a mesma coisa», garantiu o técnico.

Se Portugal vai querer estar equilibrado na hora de atacar, também o equilibrado deverá ser o controlo do jogo: «Esta Áustria não vai colocar 10 jogadores no último terço do campo. A partir do golo, a Islândia colocou 10 jogadores lá atrás, fomos empurrando os 10 e era preciso tirar alguém de lá. Pontualmente, pode ter de defender-se, mas não o fará sistematicamente. Vai ser um encontro completamente diferente. Um jogo aberto, com jogadores de grande qualidade, que vão tentar criar desequilíbrios. Não vamos 70 por cento de possa de bola, nem a Áustria o vai ter. Vai ser mais repartido, com alguns momentos de várias transições. Vamos ver o que o jogo vai ditar. Preparámo-nos para enfrentar esta forma de jogar.»

O treinador não quis analisar em grande profundidade a derrota austríaca frente aos húngaros, porque, lembra, esteve logo condicionada por um pormenor importante. «Vi o jogo, mas temos de dividi-lo em duas partes: uma em que estiveram 11 contra 11, e a outra depois da expulsão. Isso torna as coisas completamente diferentes. A Áustria, com menos um e a precisar de marcar, ficou vulnerável ao contra-ataque. Vi esta seleção na qualificação vencer nove jogos e empatar um, ou então interessa-me analisar a primeira parte, quando as duas equipas estavam 11 contra 11. Na maioria das questões confirmei o que já pensava, depois houve uma ou outra nuance a que temos de estar com atenção e deveremos registar», explicou.

No que diz respeito à Hungria, Fernando Santos não poupou nos elogios: «Vejo uma Hungria a evoluir. Vi alguns jogos de apuramento, uma vez que nesse grupo também estava a equipa que treinava antes [Grécia] e estava curioso. Foi a equipa que mais cresceu. Desde uma excelente segunda parte num particular com a Croácia que está em crescendo, mostrando grande capacidade, muito boa organização e apresentando-se forte nos momentos de contra-ataque, em que tem dois, três elementos de grande qualidade. A Hungria é um país de grande história no futebol, eu sabia que iria trazer este passado consigo. O grupo quer mostrar que Hungria está de volta.»