Foi a última pergunta da breve conferência de imprensa de apresentação de Nuno Espírito Santo e estava na mente dos adeptos do FC Porto. Se o antigo treinador do Valência estava disponível em janeiro, porque não foi contratado nessa altura? José Peseiro acabaria por surgir como sucesso de Julen Lopetegui.

«Na altura, naquelas circunstâncias, entendemos que não era o momento oportuno para uma pessoa com o perfil do Nuno entrar no FC Porto. Mas ele sempre esperou por isto e também sempre entendi que chegaria o momento para ele treinador do FC Porto», explicou o presidente azul e branco, Pinto da Costa.

O dirigente fez questão, aliás, de elogiar a vontade de Nuno Espírito Santo em treinar o FC Porto. «Ainda bem que falei com ele quando falei, foi por poucos dias, porque ele abdicou de outros convites que poucos recusariam para vir para o FC Porto, sem saber em que condições.»

Pinto da Costa surgiu no relvado do Estádio do Dragão ao lado de Nuno Espírito Santo, com a administração da SAD a assistir à cerimónia, e lembrou uma entrevista do antigo guarda-redes à revista do clube.

«É com grande emoção que vejo este regresso, com grande satisfação e enorme confiança. Em setembro de 2008, na primeira página da revista Dragões, vinha uma fotografia do Nuno, ligeiramente mais novo, a dizer: ‘O FC Porto é o meu destino’. E era. E a prova que era é que estamos hoje aqui. Não apenas por isso mas por força da razão», salientou.

O presidente dos dragões manifestou confiança no futuro: «O que pretendemos do FC Porto é em primeiro lugar vitórias com grande dedicação, trabalho e união. Cada vez tem de ser mais este o princípio. Tenho uma esperança enorme de que o FC Porto continuará sempre a ser o FC Porto, mas o FC Porto que era no tempo em que o Nuno entrou numa sala e disse ‘Somos Porto!’. Hoje todos dizemos isso com todo o orgulho e não adiantar perder tempo a tentar dividir-nos.»

«O que nos leva a escolher um treinador é confiar na sua capacidade, o seu poder de liderança e a sua capacidade para fazer evoluir os jogadores. Se eu não acreditasse, ele não estaria aqui, nem eu», disse Pinto da Costa, questionado pelos jornalistas presentes.

O máximo dirigente do FC Porto fez questão de mencionar que esta era uma decisão da administração e falou de um nome em particular, Antero Henrique, durante uma das suas intervenções.

«Quando a administração decidiu, com acordo total, que a passagem de Peseiro tinha terminado, ficou logo assente que Nuno Espírito Santo seria a nossa prioridade. Telefonei-lhe logo no dia seguinte. Não há nenhum treinador que possa dizer que foi contactado a não ser o Nuno Espírito Santo», garantiu.