Figura: André André
Um trabalho invisível entre o brilhantismo de Bernard e o posicionamento de Bouba Saré. André André foi, como sempre é, o pêndulo que faz andar a máquina orquestrada por Rui Vitória. Mantém-se invisível, ganha duelos em zonas que não passam nos resumos da TV, é o primeiro agente de grande parte dos lances de ataque do V.Guimarães e apesar do aspeto franzino poucos levam a melhor quando o ousam enfrentar.  Saiu do anonimato a dez minutos do fim quando cavou a grande penalidade que deu origem ao terceiro golo minhoto. Assumiu a transformação do castigo máximo e bateu Rui Patrício com muita tranquilidade. Inscreveu o seu nome na história do jogo, um prémio justo para o jogo enorme que fez no miolo.
 
Momento: segundo golo do V. Guimarães
Bailado primoroso, mais um, de Hernâni sobre Jonathan Silva com o jogador minhoto a levar a melhor. O cruzamento com conta peso e medida tinha como destino a cabeça de João Afonso e o defesa não falhou ao segundo poste. Toque subtil a desviar de Rui Patrício e a fazer o esférico «pingar» em câmara lenta para o fundo das redes. Segunda explosão de alegria no D. Afonso Henriques, o conjunto de Rui Vitória conseguia uma margem confortável de dois golos antes do intervalo. Grande dose de confiança para uma segunda parte tranquila.  
 
Negativo: Jonathan Silva
Perdeu o duelo com Hernâni, tornando o lado esquerdo da defesa leonina um setor privilegiado para os minhotos destilarem o seu veneno. O lance que deu origem ao segundo golo é apenas um exemplo, com implicação direta no resultado final, de como o V.Guimarães penetrou na defesa dos leões pelo lado de Jonathan Silva. Prestação para esquecer do lateral argentino dos leões.
 
OUTROS DESTAQUES:
 
Hernâni
Ficou em branco, um fardo pesado para as jogadas de ataque que movimentou. Fez a baliza de Patrício estremecer com a bomba que enviou ao ferro em cima da hora. Quando não foi a barra a parar o remate, foi Rui Patrício a travar as intenções do extremo. Foi a um remate de Hernâni que Patrício respondeu com a defesa da noite.

Bouba Saré
O currículo com que chegou a Guimarães (campeão em quatro países diferentes: Bélgica, Croácia, Noruega e Roménia) não lhe valeu a titularidade de imediato. Esperou pela sua oportunidade e fez diante do Sporting o quarto jogo na equipa inicial de Rui Vitória. Peça importantíssima a manter o equilíbrio do V.Guimarães. Travou vários lances leoninos, que por culpa do seu posicionamento não passaram de intenções ofensivas. Pleno de oportunidade, abriu o ativo em cima da linha de golo. O costa-marfinense de 24 anos afirma-se como o pilar do meio campo vimaranense.
 
Rui Patrício
Pouco podia fazer nos golos sofridos pela equipa de Alvalade e opôs-se quase que de forma bélica a um remate estrondoso de Hernâni quando se jogava o décimo minuto da segunda parte. Atrasou o sucumbir do leão e manteve o jogo vivo aos 54 minutos com essa defesa aparatosa. Segurou o Sporting e deu mais uma hipótese de reação ao conjunto de Marco Silva.
 
João Afonso
O ano passado passeava a sua classe no Campeonato Nacional de Seniores, algures longe dos olhares menos atentos e com a camisola do Benfica e Castelo Branco. Assume-se, de forma precoce, como patrão da defesa do V.Guimarães com a ausência forçada de Moreno e Defendi. Irrepreensível nas suas tarefas defensivas, não tem medo de jogar prático e a roçar o futebol «feio»; Rui Vitória não se importa e ainda agradece a exibição e classe do defesa central. A juntar a uma exibição segura, indicou o caminho dos dois primeiros golos e, consequentemente, do triunfo. Exibição de gala.
 
Bernard
Não teve intervenção direta nos golos, mas a forma como pauta o jogo do V.Guimarães e como não deixa que o esférico saia mal tratado dos seus pés regala a vista a quem tem o privilégio vislumbrar o jovem médio ganês do V.Guimarães. Juntamente com Hernâni desfizeram as intenções leoninas de assaltar o pódio na Cidade-Berço. No segundo tempo fez vários lançamentos açucarados para a velocidade de Hernâni.