Uma eventual, mas cada vez menos provável, paragem nas obras do Estádio das Antas significaria um prejuízo de milhões de euros (e de contos...) para várias entidades. O decurso das obras do novo estádio, ainda que acuse neste momento um atraso de cerca de três semanas, implicou já passos que, num cenário de bloqueio total do projecto, obrigariam a um montante de indemnizações e reconstruções elevadíssimo.

Dois campos de treinos foram já destruídos. O mesmo aconteceu a uma piscina, dois pavilhões e, de uma forma geral, a todo o acesso à zona que rodeia o actual Estádio das Antas. O estado avançado das obras faz aumentar a ideia de que só por uma enorme divergência de posições este processo terminaria com uma mudança para Gaia.

Outro factor que dá conta da enorme delicadeza que constituiria uma eventual paragem tem a ver com a contestação que já ocorreu na cidade. Rio, eleito de forma tão inesperada como fulgurante, perdeu, em poucas semanas, grande parte da popularidade de que goza na cidade, devido à polémica com o F.C. Porto. Os problemas ocorridos numa manifestação da Associação de Comerciantes à frente da Câmara, há alguns dias, entre manifestantes e membros da claque Super-Dragões denotam a clivagem que um tema como este está a provocar na Invicta.

O acordo, como é referido noutras peças deste trabalho, poderá estar para breve. Cada vez menos se desenha um cenário de paragem das obras. Os 10 milhões de contos que poderão advir de fundos comunitários, a serem protocolados num contrato-programa com o Instituto de Estradas de Portugal para acessibilidades do Plano de Pormenor, ajudarão a cobrir o que falta pagar. Rui Rio assume disponibilidade em «três, no máximo, quatro milhões de contos». Se juntarmos a estes valores, os cinco milhões já acordados pelo IEP, o valor total estimado de 17 milhões de contos que custarão as acessibilidades do Plano de Pormenor das Antas ficarão salvaguardadas.

Densidade comercial poderá ser reduzida

Outra cedência que Rui Rio deverá fazer, mas aos comerciantes da cidade, prende-se com uma eventual diminuição da densidade do espaço comercial previsto no actual Plano de Pormenor da nova cidade das Antas.

A Associação de Comerciantes aumentou o tom da contestação desde o impasse que o projecto sofreu. As alterações que Rio tenciona fazer no PPA prevêem uma diminuição do espaço comercial, facto que em nada afecta a viabilidade do estádio. Poderá, aliás, ajudar a diminuir os custos totais do projecto.

OUTROS TEXTOS DESTE TRABALHO:

BREVE RESENHA DA CRISE:

AS RAZÕES DA POLÉMICA: