Afinal, parece que há mesmo dinheiro para assegurar a viabilidade da nova cidade das Antas, megaprojecto no qual está englobado o novo Estádio do F.C. Porto. Quer dizer: ainda não há, mas... vai haver. Os 50 milhões de euros (dez milhões de contos) que Rui Rio diz que não tem para pagar -- e que constituem uma parte substancial dos cerca de 60 milhões de euros que cabem à câmara no Plano de Pormenor actualmente acordado - poderão ser cobertos, ainda que não na sua totalidade, por fundos comunitários integrados no III Quadro Comunitário de Apoios.
As contas que Rio fez há alguns dias, e que o levaram a concluir que a câmara tem um défice orçamental de 18 milhões de contos, não previam uma verba de que, muito provavelmente, a edilidade portuense irá dispor. Essa verba provém de financiamentos da União Europeia. Pouco depois de Rio ameaçar comprometer financeiramente o projecto, os seus dois antecessores socialistas, Nuno Cardoso e Fernando Gomes, chamaram a atenção para o facto de o novo presidente poder estar a esquecer um bolo significativo de dinheiro que a câmara contava beneficiar.
A candidatura a esses fundos é feita através do Instituto de Estradas de Portugal (IEP), uma vez que se tratam de verbas para apoiar a construção de acessibilidades. Recorde-se que o IEP é a outra entidade que comparticipa no pagamento total do Plano de Pormenor das Antas. Até agora, o que está previsto é a Câmara entrar com 60 milhões de euros e o IEP com cerca de 25 milhões de euros. Mas se a candidatura aos fundos do III Quadro Comunitário de Apoio (QCA) tiver sucesso, o dinheiro da União Europeia poderá ser decisivo para cobrir o que a Câmara do Porto diz não ter.
Rio avança com candidatura a fundos
Ao certo, o valor do dinheiro que poderá vir ainda não está definido, mas Pedro Cunha Serra, presidente do IEP, avançou, em declarações à agência Lusa, com um montante de cerca de 50 milhões de euros a formalizar num contrato-programa a celebrar com F.C. Porto e Boavista, uma vez que em causa estará o financiamento de acessibilidades na VCI que beneficiarão os dois estágios.
O processo, junto da União Europeia, será conduzido pelo IEP, mas os documentos da candidatura terão que ser enviados por Rui Rio ao Instituto de Estradas. O presidente da Câmara do Porto está a ultimar o processo, de modo a apressar a candidatura. Mesmo que demore a chegar o dinheiro, a perspectiva do financiamento poderão dar garantias em relação à continuidade das obras.
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