Agostinho Oliveira admitiu que está triste com o processo da sua passagem pela selecção principal de Portugal. O técnico deve despedir-se da equipa nacional nesta quarta-feira, depois do Suécia-Portugal, mas admitiu que tinha esperanças de continuar.

«Se disser que não sinto tristeza estava a mentir. O grupo uniu-se, houve uma relação de empatia e de trabalho e o investimento numa dicussão sobre o futebol. Entendo que a renovação tem uma noção de espaço para nos afirmarmos», afirmou esta terça-feira em Gotemburgo Agostinho Oliveira, que falou depois de Figo ter ameaçado abandonar a selecção.

O ainda seleccionador apareceu na sala de imprensa ao lado de Fernando Couto, capitão de equipa, e Luís Figo, para a antecipação do jogo com a Suécia. Agostinho começou por fazer uma declaração introdutória, pedindo que não fizessem perguntas sobre a sua situação «às pessoas» que trabalham consigo. Seguiu-se a declaração de Figo, a reacção do próprio Agostinho e, depois, as impressões do técnico sobre o processo.

«Não deixava de ter esperanças de poder concretizar o trabalho desenvolvido e o grupo tem respeito em relação à minha pessoa. Apareceram coisas pequenas, eu e o grupo tínhamos que ter serenidade para trabalhar», prosseguiu Agostinho, que deu o exemplo da forma como foram citadas declarações suas sobre o interesse em naturalizar Deco, para explicar as notícias de que fala: «Como se eu não respeitasse os jogadores portugueses.»

«Iniciei um projecto de trabalho em profundidade, mas a partir do dia 16 não falo mais sobre a selecção A. Não fui maltratado pela federação, mas tinha expectativas pessoais no sentido de continuar», afirmou ainda, minimizando também as declarações de Carlos Silva, vice-presidente da FPF para as selecções, que disse não saber se as qualificações de Agostinho Oliveira seriam suficientes para continuar no cargo: «Ninguém me colocou um espaço de tempo que não fosse o dia 16 e eu acho que sou capaz de dar conta do recado.»