O Presidente chinês, Hu Jintao, afirmou que a China alcançou «históricos sucessos» na última década, tornando-se a segunda maior economia do mundo, mas advertiu que a corrupção poderá «provocar o colapso» do Partido Comunista e do Estado.

«A corrupção é uma questão de grande preocupação para o povo. Ninguém está acima da lei. Se não conseguirmos controlar bem essa questão, poderá ser fatal para o Partido e até causar o colapso do Partido e a queda do Estado», disse Hu Jintao no discurso de 90 minutos, que abriu o XVIII Congresso do Partido Comunista Chinês (PCC), que arrancou na última madrugada no Grande Palácio do Povo, em Pequim.

O Presidente chinês, que é também secretário-geral do PCC, alertou igualmente que o país está confrontado com «muitas dificuldades», afirmando que «o desenvolvimento desequilibrado, descordenado e insustentável continua a ser um grande problema». «Devemos continuar a fazer esforços ativos e esforços prudentes para levar a cabo a reforma da estrutura política e tornar a democracia popular mais abrangente e mais intensa», frisou.

O Congresso, que durará uma semana, vai escolher a liderança da segunda maior economia do mundo até 2022. A reunião, descrita na imprensa local como «o acontecimento mais importante da vida política chinesa», decorre até à próxima quarta-feira no Grande Palácio do Povo, no centro de Pequim, com 2.270 delegados.

O atual vicepresidente Xi Jinping será nomeado secretário-geral do Partido, em substituição de Hu, e no próximo mês de março ocupará a presidência do país. Também haverá decisão sobre o Comité Central (200 membros), o Politburo (25 membros) e o Comité Permanente do Politburo (que tem nove pessoas, mas pode perder duas).

Todos os edifícios em torno da Praça Tiananmen e as principais artérias da cidade estão engalanadas com bandeiras vermelhas e faixas de pano da mesma cor com slogans saudando o «Shi Ba Da» (XVIII congresso).