O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, disse esta sexta-feira que o seu país tem direito de se defender contra o Irão e não irá permitir que o regime de Teerão consiga construir armamento atómico.

As declarações do chefe de governo foram feitas em Otava, no Canadá, onde se encontrou com o primeiro-ministro do país.

«Em Israel, tal como para qualquer país soberano, reserva-mo-nos o direito de nos defendermos de um país que apela e trabalha para a nossa destruição», disse Netanyahu aos jornalistas, segundo cita o jornal «Haaretz», antes do início de uma reunião com o seu homólogo Stephen Harper, em que se mostrou ainda contra a ideia de renovar as negociações com Teerão sobre o seu programa nuclear.

Para o primeiro-ministro israelita - que irá encontrar-se com Barack Obama na segunda-feira -, a intenção do regresso às negociações defendida pelos EUA servirá apenas para o Irão ganhar tempo.

«Podem fazer de novo o que já fizeram antes, poder explorar as conversações como fizeram no passado para enganar e atrasar, para continuarem a avançar o seu programa nuclear e chegarem à meta nuclear vencendo o relógio, digamos assim», defendeu Netanyahu, avisando que a «comunidade internacional não deve cair nesta armadilha».

Estas declarações surgem numa altura em que crescem os receios de um ataque de Israel às instalações nucleares iranianas, de forma a travar o seu programa atómico.

Os EUA, apesar de admitirem que «todas as opções estão em cima da mesa» sobre este diferendo com Teerão, têm insistido na via negocial e refreado a intenção de intervir por parte de Telavive.

Esta sexta-feira, Benjamin Netanyahu voltou a exigir que o Irão encerre as suas instalações de enriquecimento de urânio, situadas perto da cidade de Qom, e envie para fora do país todo o urânio enriquecido acima dos 3,5 por cento.

As potências ocidentais têm pressionado Teerão sobre o seu programa nuclear, por considerarem que existem indícios de que o regime pretende obter capacidade de construir armas atómicas.

O Irão, por sua vez, defende que o seu programa nuclear tem apenas objetivos civis.