Com cerca de 15 mil polícias e militares a garantirem a segurança do local da «Zona Verde» da capital iraquiana onde se realiza a reunião, as seis potências envolvidas nas negociações - EUA, Rússia, China, Alemanha, França e Reino Unido - estão à espera de uma cedência iraniana, apesar do regime continuar a defender que o seu programa nuclear tem apenas fins civis.
Após um iato nas conversações de 15 meses, as partes reuniram-se em abrir, na cidade turca de Istambul. Mas sem que as tensões tenham baixado de tom. Em cima da mesa estão diversas sanções, entre elas um boicote por parte da União Europeia (UE) à compra de petróleo ao Irão - o quinto maior produtor a nível mundial. Mas mais preocupante é a possibilidade que paira no ar de um ataque israelita a instalações nucleares iranianas, que Telavive vê como uma ameaça à sua segurança nacional, e eventuais retaliações de Teerão.
Segundo a agência Reuters, o «grupo dos seis», liderados pela responsável da política externa da UE, Catherine Ashton, irá expressar a sua preocupação, de forma especial, pelo enriquecimento de urânio para um nível de concentração físsil de 20 por cento.
Este tipo de concentração é o necessário para o reator de isótopos médicos, usados para deteção de cancros - uma das justificação dadas por Teerão para as suas instalações de enriquecimento de urânio. A outra é a do enriquecimento para 5 por cento de pureza físsil, necessária para as centrais de energia nuclear.
Contudo, se o enriquecimento a 20 por cento não garante o nível de 90 por cento necessário para o fabrico de armas nucleares, os especialistas avisam que o salto tecnológico necessário dos 20 para os 90 por cento é mais simples de dar do que dos 5 para os 20 por cento. O que quer dizer que o Irão está apenas a um passo - se já não o tiver dado - de estar tecnologicamente preparado para produzir a bomba atómica.
Entre as propostas que serão apresentadas a Teerão estará a renovação do plano apresentado em 2009, que previa o envio de urânio para fora do país, onde seria enriquecido, de forma a alimentar o reator de investigação médica de Teerão.
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