O capitão do F.C. Porto foi expulso na final da Taça. Uma expulsão que «apenas» contribuiu ou que foi mesmo decisiva para o desfecho? José Mourinho, mais do que ninguém, neste caso, sabê-lo-á e não o escondeu a atentar à reacção do treinador quando o capitão portista, já fora de campo, estava a chegar perto do banco da sua equipa. Jorge Costa a aproximar-se de cabeça baixa; Mourinho a levantar-se em direcção alheia e a dirigir o semblante carregadíssimo para dentro de campo, onde era preciso dar (novas) instruções.
É que, se é normal haver expulsões, umas são mais evitáveis ou necessárias do que outras. E, esta, foi a todos os níveis escusada: porque a falta do segundo cartão amarelo foi no meio-campo de ataque do F.C. Porto (e não havia lance de golo iminente para cortar); porque o portista não tinha forma de cortar a bola e o gesto cometido sobre Nuno Gomes foi passível de ser sancionado com cartão vermelho.
O capitão do F.C. Porto deita experiência pelos poros e sabe melhor do que ninguém que tem obrigação de não cair em lances do género. O do primeiro golo do Benfica, em que o primeiro cartão amarelo o «obrigou» a «tirar a perna para deixar Fyssas passar», é bom exemplo de que Jorge Costa sabe o que está a fazer em campo.
Deixar a equipa com menos um jogador em relação ao oponente, quando o resultado estava empatado, com um pontapé, por trás, nas pernas de Nuno Gomes, sem hipótese de chegar à bola, é motivo para reflexão dos interessados. Por princípio (que deve ser suficiente, sublinhe-se), porque esta era uma final, e porque o próximo jogo é outra final, a tal que é a mais importante da carreira de um jogador.