Juan Iturbe não foi o único jovem prodígio contratado pelo F.C. Porto em Janeiro. À semelhança do que fez com a promessa argentina, Pinto da Costa garantiu também Kelvin, um esquerdino de apenas 17 anos que deu nas vistas no futebol brasileiro, com as cores do Paraná Clube.

O processo de Kelvin tem aliás semelhanças com o de Iturbe: estava em litígio com o Paraná, assinou pelo F.C. Porto e regressou ao clube de origem, onde se manterá em actividade até Junho. Para já vai dando nas vistas no campeonato paranaense. No último domingo marcou até um golo.

Ora por isso o Maisfutebol foi tentar conhecer melhor Kelvin e falou com o jovem médio. Na primeira entrevista a um jornal português, Kelvin mostrou-se surpreendido com tudo o que lhe tem acontecido. «Às vezes penso se tudo isto será mesmo verdade», conta. «Mas poucas vezes.»

O brasileiro garante ter uma confiança quase sem limites. A forma de falar faz até lembrar Anderson, actualmente no Man. United: descomplexada, liberta, sem receio ou timidez. «Tenho muita confiança em mim», diz. «Por isso não fico muito pensando no que me aconteceu. Olho para o futuro.»

O futuro, adianta, é cheio de ilusões. «Quero dar-me bem no F.C. Porto. Quero chegar e mostrar o meu valor. Sei que o F.C. Porto é um clube muito grande, mas eu confio em mim. Por isso espero ter sucesso. Depois quero a selecção brasileira. Esse é o meu sonho número um: chegar à selecção.»

De júnior do Paraná ao F.C. Porto em quatro meses

Já esteve para acontecer, adianta, quando teve o nome ligado ao Sul-americano sub-20. «Mas infelizmente foram só rumores e acabei por não ser chamado.» Tem tempo: aos 17 anos, ainda tem um Sul-Americano e um Mundial sub-20 pela frente. «Nesses eu espero estar. É para isso que vou trabalhar.»



Para já espera continuar a ajudar o Paraná Clube no campeonato paranaense. Com a camisola 10 nas costas, o jovem que ainda é menor tornou-se a principal figura. Titular na formação de Ricardo Pinto, Kelvin tem assumido um papel fundamental na equipa e motivado muitas notícias no Brasil.

O futebol de Kelvin é todo ele brasileiro: gingão da cabeça aos pés. Embora franzino, nos 65kg com 1,71 metros, o jovem não tem receio de enfrentar defesas. É rápido e tecnicista. Joga pela esquerda, mas também ao centro. «Sou um médio ofensivo. Gosto de pegar na bola e ir para cima.»

No Paraná joga no ataque, solto, ao lado do ponta-de-lança. No F.C. Porto está pronto para tudo. O azul e branco é o sonho que já lhe enche a alma. «Ainda não falei com nenhum brasileiro do clube. Mas já sei tudo sobre o F.C. Porto. Estou sempre ligado na internet a pesquisar tudo», diz.

«Procuro informações sobre o clube em sites, vejo os jogos pela televisão e estou sempre nos fóruns de discussão a tentar saber mais. Informei-me sobre os adeptos, sobre o clube e sobre a cidade. Fiquei com a impressão que tudo é muito bom. Bom de mais», diz. O sonho continua em Julho.

Veja Kelvin (número 10) no último jogo do Paraná: