A FIGURA: Alex Telles

Bola em Telles é sinal de perigo para a defensiva contrária. O brasileiro tem a noção de espaço e a fiabilidade na marcação que um defesa deve ter – veja-se os dois cortes na área consecutivos, aos 53’. Mas, para lá disso, tem tudo o resto, que só está ao alcance dos laterais de excelência: projeção ofensiva notável, que o faz ser um apoio constante ao ataque pelo flanco, velocidade, qualidade no cruzamento e no remate, precisão nas bolas paradas. Telles é o pacote completo. Um lateral de nível internacional. Esta noite, voltou a ser decisivo: foram dele as três assistências para os golos do FC Porto. Primeiro, um cruzamento de régua e esquadro para a cabeça de Sérgio Oliveira, depois, um canto também bem medido para a cabeça de Reyes; e já na segunda parte novo cruzamento milimétrico para Aboubakar desviar de cabeça para sentenciar o resultado final. Notável exibição!

O MOMENTO: Minuto 62. Sá «à la Casillas»

Vantagem mínima para o FC Porto, Sp. Braga a tentar o empate e com ligeiro ascendente. Neste momento determinante no jogo, os minhotos tiveram o empate na cabeça de Paulinho. Diogo Figueiras cruzou e o avançado minhoto desviou para a baliza… mas estava lá Sá! José Sá! Uma defesa «à la Casillas» com o braço esquerdo impediu o 2-2, tendo ainda chocado com Felipe. A intervenção, extraordinária, evitou o empate e daí em diante o FC Porto voltou a tomar as rédeas do jogo e não demoraria muito até fazer o 3-1.

OUTROS DESTAQUES:

Reyes

«Quem com ferros mata, com ferros morre.» Fiel ao lema, o mexicano demorou oito minutos a compensar o erro de marcação no golo do Braga. Raúl Silva escapou-se-lhe no canto que valeu o 1-1 aos minhotos? Pois bem, então Reyes decidiu fazer o mesmo com Vukcevic e também num canto apareceu a recolocar o FC Porto em vantagem. De resto, não se notou de sobremaneira a ausência do patrão Marcano. E isso só pode ser um grande elogio.

Sérgio Oliveira

Primeiro golo esta época no FC Porto, estreia absoluta a marcar no Dragão. Ainda antes do quarto de hora, já pagava a aposta de Conceição com um golo de cabeça. Bastaria este registo para destacar o papel do médio, que esta noite substituiu Óliver na parceria com Herrera no miolo. Oliveira não é Óliver em termos de magia e drible, mas traz capacidade de remate – algo que nitidamente falta ao espanhol – e mostrou combatividade na zona nevrálgica em cada dividida com Danilo Barbosa e Vukcevic.

Herrera

Abnegado, o capitão fez de novo o papel de Danilo Pereira e voltou a cumprir. A jogar numa posição mais recuada, o mexicano não arrisca tanto, empenha-se em cada duelo e estica o jogo sempre que a equipa tem de fazer uma transição rápida. Hoje, num jogo difícil frente a um adversário de qualidade como o Sp. Braga não vacilou numa zona sensível. 

José Sá

Com o braço esquerdo salvou um cabeceamento com selo de golo de Paulinho: essa defesa impressionante, aos 62', levou-o a salvar o empate bracarense (naquele que destacamos como o momento do jogo). Aos 86', voltou a ser decisivo ao travar um remate forte de Danilo. Provavelmente, a sua melhor exibição desde que relegou Casillas para o banco de suplentes.

Raúl Silva

Aí vão sete. O central brasileiro continua a fazer jus à fama de goleador e esta noite no Dragão igualou o registo de golos na época passada no Marítimo. Todo o mérito no canto de Jefferson, em que se antecipa a Reyes para fazer um desvio para o fundo da baliza (com a bola ainda a bater no poste). Lá atrás, deu o corpo ao manifesto nos duelos com Aboubakar e Marega.

Diogo Figueiras

A amigdalite de Marcelo Goiano abriu-lhe as portas da titularidade, depois de a meio da semana ter sido oficializado como reforço bracarense. A estreia foi positiva. Teve Brahimi pela frente, missão nada fácil, e tentou manter o argelino com rédea curta. Lá na frente, quase fez a assistência para o golo de Paulinho, que Sá salvou (aos 62’).