Knock, Knock! Atenção Liga Europa, é o Rio Ave à porta. Bob Dylan batia para entrar no céu, os homens de Pedro Martins são menos ambiciosos e ficam-se pelas provas da UEFA. O acesso, porém, está longe de ser uma garantia, apesar da vitória sobre o Marítimo e o sexto lugar solidificado.
Esse é o lado bom da noite, a contabilidade. O Rio Ave, aliás, pareceu um funcionário público, de um qualquer serviço fastidioso, em final de expediente. É para resolver isto? Tudo bem, mas não esperem uma obra de arte. Cumprir, sim senhor, brilhar, nem por sombras.
Num jogo pobre e disputado por duas equipas em défice no capital de confiança, teve de ser um evento absolutamente inédito a resolver a questão. Roderick Miranda, antigo defesa do Benfica, fez aos 39 minutos o primeiro golo como futebolista sénior. Aos 24 anos, quase 25!
FICHA DE JOGO E AS INCIDÊNCIAS AO MINUTO
Canto na esquerda, muito largo, pontapé de Tarantini ao segundo poste – mas afastado -, ressalto e desvio de Roderick, de cabeça. Celebração efusiva, pois, a comemorar o momento inédito.
Sem fazer um bom jogo, longe disso, o Rio Ave acabou por ser a equipa empreendedora e a que mais vezes rondou a baliza contrária. Guedes, numa noite de muito trabalho e pouco rendimento, ainda desviou ao lado um cruzamento de Kuca e pouco mais.
Os homens de Pedro Martins já tiveram jogos excelentes esta época e têm a obrigação de fazer mais. Venceram, sim, aproximaram-se do objetivo-UEFA, mas, é importante sublinhar isto, acabaram a partida em grande sofrimento.
DESTAQUES DO JOGO: golo inédito na cabeça de Roderick
Depois de 70 minutos de futebol pobre e inofensivo, o Marítimo carregou na derradeira fase do jogo e usufruiu de quatro boas oportunidades entre os minutos 82 e 90: Plessis, Fransérgio, Dirceu e Edgar Costa assustaram a bem composta bancada coberta dos Arcos.
Os insulares, é justo lembrar, apresentaram-se com muitas baixas no ataque. Nelo Vingada, veja-se bem, estreou à 27ª jornada da Liga três jogadores no onze inicial: Plessis, Djousse e Gevaro. Assim é difícil, de facto, criar rotinas e ganhar consistência. A época dos insulares está a ser uma desilusão.
O Rio Ave agarra-se ao sexto lugar e bate com força à porta do acesso europeu. Para ser ouvido tem de jogar mais do que isto.
