José Couceiro, treinador do Vitória de Setúbal, comentou desta forma o empate a uma bola obtido frente ao Benfica, na sala de conferências do Estádio da Luz.

«É sempre difícil jogar neste estádio. Temos estas características e identidade e não podemos abandoná-las. Esperávamos fazer um bom jogo sim, em alguns momentos atingimos níveis muito interessantes. Acho que o Benfica nos respeitou e nalguns momentos nem sei se toda a gente nos respeitou»

«Achavam que já estava ganho antes de jogar. É um resultado muito positivo. Não vejo outra forma de vir a este estádio sem querer procurar um golo. Tentámos fazer o nosso jogo, quando fomos empurrados deveu-se ao poderio do Benfica»

«Não posso prometer que será uma época mais tranquila, ganhámos quatro pontos o que é muito positivo. Não gosto de prometer isso, mas o Vitória precisa de estabilidade. Este meu regresso foi muito devido a isso, e portanto não se pode prometer nada. Também temos as nossas lacunas, e nestes jogos vêm ao de cima»

«O importante era o Vitória quebrar o ciclo negativo que vinha tendo, com muito respeito pelo Quim Machado. Há que continuar a progredir, encarar o próximo jogo que é muito complicado. Felizmente está a correr bem e é isso que nos dá confiança»

«Depois de termos feito o golo há a grande penalidade, estávamos desequilibrados. Estivemos perto estivemos, mas o empate é justo tendo em conta a totalidade do jogo. O Benfica teve mais oportunidades, que é normal, mas nós tivemos uma atitude positiva e por isso merecemos o ponto»

«É um resultado justo. Desde o golo do Aparício no Estádio Nacional que o Vitória não ganha ao Benfica. Enfim, tentaremos da próxima vez»

[sobre a arbitragem de Manuel Oliveira]

«Eu vi o jogo sem repetições, e há lances que são difíceis de analisar. A cultura em Portugal é quando um grande ganha, os árbitros estão debaixo de fogo. A nossa cultura vê-se nos nossos atletas olímpicos, e há que inverter essa cultura. Se vamos analisar o jogo todo há queixas dos dois lados»

«Eu passei a semana a falar com eles, a dizer que o foco não era o árbitro. Que já sabíamos que as decisões desfavoráveis ao Benfica iam ter assobios. Focar no que deviam de fazer, isso é que era importante. Não me parece que tenha sido pelo árbitro que o jogo acabou assim, houve erros para as duas equipas»

«Infelizmente vai falar-se de arbitragem ao longo da época, é difícil não se falar disso, mas é uma questão cultural. Parecia que o Vitória não vinha jogar aqui, mais importante é se o Rafa vinha jogar no Benfica, ou o excesso de alas. Parece que os outros não existem. Partiu-se do princípio que tínhamos o jogo perdido, e a mim deu-me jeito isso, porque é mais fácil motivar uma equipa»

[sobre a titularidade de Bruno Varela]

«Foi uma decisão difícil, por tudo, depois do jogo é fácil falar, mas às vezes as coisas correm mal quando se joga nestes estádios. O Varela era o titular na baliza do Vitória, antes de ir para a Seleção. Lá fez quatro jogos, e o Varela esteve muito bem, portanto seria uma injustiça ele chegar e não jogar. Da mesma maneira que era injusto para o Pedro Trigueira. São decisões que têm de se tomar»