A fortaleza que José Couceiro se propunha a transformar o Estádio do Bonfim quando foi apresentado antes da pré-época sofreu uma derrocada à quinta jornada. O V. Setúbal, a realizar um início de campeonato interessante, caiu com estrondo em casa diante de um Paços de Ferreira ainda à procura de confiança.

Os sadinos fracassaram a toda a linha onde se têm alicerçado para um arranque de época com duas vitórias, dois empates e apenas um golo sofrido de grande penalidade frente ao Benfica no Estádio da Luz. Demasiados erros defensivos aproveitados pelos pacenses, que saem de Setúbal com a primeira vitória da Liga.

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Uma espécie de reset de processos que teve início logo aos 4 minutos. Venâncio foi demasiado macio no ataque a uma disputa de bola com Ivo Rodrigues junto à linha lateral e acabou por perder no duelo com o extremo do Paços, que cruzou para a zona da pequena área. Trigueira parecia ter o lance controlado, mas Fábio Pacheco, ao tentar o corte desviou na direção da baliza, onde apareceu Ricardo Valente a confirmar o golo dos visitantes.

O Vitória reagiu bem ao golo sofrido. Mais agressivos, os homens de José Couceiro começaram o assalto à baliza de Mário Felgueiras, com remates de André Claro e Costinha, mas foi na sequência de um canto que conseguiram chegar ao empate. Cruzamento de João Amaral e Venâncio a desviar de cabeça para Vasco Fernandes, que encostou para o golo junto ao segundo poste.

Os sadinos conseguiam emendar o erro cometido no lance do primeiro golo. Depois de estabilizarem, pareciam estar em condições para partir para a terceira vitória em três jogos na fortaleza no Bonfim.

Acontece que os soldados de José Couceiro deram demasiados tiros nos pés. Um suicídio coletivo executado ainda na fase final da primeira parte. Welthon fez o 2-1 num lance em que aproveitou um erro defensivo de Vasco Fernandes numa dobra a Venâncio e, pouco depois, fez o 3-1, num lance em que, depois de um fora de jogo não assinalado no ataque a uma bola largada por Trigueira, aproveitou a passividade da equipa da casa para bisar.

Na tentativa de corrigir a mossa causada por momentos de auto-flagelação, José Couceiro tirou Costinha e Zé Manuel e lançou Nuno Santos e Meyong para os segundos 45 minutos, talvez à procura de maior velocidade pelas faixas e presença na área, com o avançado camaronês.

O Vitória melhorou, mas não o suficiente para fazer tremer uma defesa pacense sempre muito sólida comandada pelo veterano Ricardo. Bastava à equipa de Carlos Pinto manter a estabilidade para fazer mossa, até porque na outra área a defesa sadina continuava a meter água. Aos 75 minutos, Ivo Rodrigues cruzou da esquerda e Ricardo Valente desviou subtilmente com a mão, enganando Trigueira e a equipa de arbitragem.

Triunfo do Paços por 4-1, a primeira da equipa de Carlos Pinto na Liga, que pretendia recuperar alguma da confiança perdida nas primeiras jornadas e conseguiu-o onde no ano passado falhou o apuramento para a Liga Europa.

Os pacenses souberam aproveitar as ofertas dadas pela equipa da casa que, apesar de não ter sido subjugada pelo adversário, fez por merecer o castigo que teve.