Na altura em que escrevo, cinco minutos depois de terminado o Real Madrid-Gijón, o melhor que pode suceder a José Mourinho é provar-se que estava enganado.

Que estava enganado quando na antevisão do jogo afirmou que se perdesse esta partida ficaria fora da discussão pelo título espanhol. Mas é difícil não achar que o treinador português tinha razão ao dizer o que disse. Daqui a pouco jogará o Barcelona. Se vencer torna o clássico de Madrid praticamente irrelevante. Se perder pontos, continuará a ser possível que Mourinho estivesse enganado.

Depois de nove anos sem perder em casa, em diferentes equipas e campeonatos, Mourinho caiu quando menos se esperava. E logo quando cair significa elevado dano. O Gijón é uma modesta equipa que luta apenas por se manter viva na Liga espanhola. Ao Real competiria vencer e manter a pressão sobre o Barça de Guardiola. Mas sabe-se como é o futebol.

Saiu tudo ao contrário. Claro que o Real teve mais bola, mais oportunidades. Tudo isso. Mas não teve ritmo, em muitas ocasiões faltou-lhe garra, organização e sobretudo alguém que desequilibrasse o adversário. Sem Ronaldo, sem Benzema e com Di Maria naqueles dias irritantes, Mourinho assistiu no banco a uma tarde tristonha de uma equipa que só depois de estar a perder carregou a sério.

De Las Cuevas. Este nome passou a fazer parte da carreira de Mourinho. Pelas piores razões.

Actualizado quatro horas depois Parece que Mourinho não se enganou. Vale a pena começar a pensar na Liga dos Campeões.