Até onde pode ir o Paços de Ferreira? À décima jornada, é demasiado cedo para avançar com qualquer ideia. Aparentemente, uma equipa que subiu esta época à I Liga pouco mais poderia esperar a não ser «lutar por um campeonato tranquilo», a eterna frase preferida de quase todos os treinadores e jogadores de mais de metade dos clubes da divisão principal: todos, excepto os três grandes, que lutam pelo título, e os quatro ou cinco com pretensões assumidas de chegar à Europa. 

Certo, certo é que nos primeiros jogos a equipa pacense tem revelado armas suficientes para se manter nos lugares da frente. Não é por acaso: está à frente do Benfica (10.º) e do Vitória de Guimarães (11.º). Em casa, só F.C. Porto e Marítimo fizeram melhor (cinco jogos, cinco vitórias). O Paços surge logo a seguir com quatro vitórias (Aves, 2-0; Beira Mar, 3-2; Estrela da Amadora, 4-1 e Braga, 4-2) e um empate (Benfica, 0-0, num jogo em que o Paços actuou com menos um jogador durante mais de 45 minutos). Benfica e Braga aparecem a par do Paços nos encontros em casa, também com quatro vitórias e um empate. 

O problema do Paços tem residido nos jogos fora. Aí, as coisas estão bem pior. Indícios, talvez, de alguma falta de traquejo na divisão principal. Com a honrosa excepção do jogo em Leiria (vitória surpreendente por 4-1), o Paços só conseguiu um empate um Belém (0-0). O resto, foram derrotas: Paranhos (0-1), Antas (1-2) e Bessa (0-1). Mesmo assim, e como os resultados deixam transparecer, foram sempre derrotas por números tangenciais ¿ F.C. Porto e Boavista que o digam, pois tiveram ambos muitas dificuldades para levar de vencida a equipa de José Mota. 

Muito cedo para falar em... Europa 

Os dados são positivos, mas os receios ainda são muitos. Não é de admirar, por isso, que o discurso pacense seja cauteloso. Confiante, mas cauteloso. Beto, três pedras essenciais na dinâmica ofensiva pacense, afinam pela mesma ideia: há que manter o ritmo, mas é demasiado cedo para sonhar com um lugar europeu. O clube está ainda a crescer, a construir alicerces no sentido de conquistar um lugar seguro na divisão principal. «Há que dar tempo ao tempo», considera Paulo Vida, para quem o lugar ocupado pelo Paços não constitui surpresa.  

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