Treze golos em cinco partidas conferem ao Paços de Ferreira o melhor ataque da I Liga nos jogos em casa, a par do F.C. Porto. Um score que já valeu aos pacenses a conquista de 13 pontos (quatro vitória e um empate), que somados aos quatro averbados fora, põem o Paços num confortável sétimo lugar. Muito bom para quem quer apenas... manter-se na I Liga. 

Não restam dúvidas: o Paços é uma das sensações deste primeiro terço de época. Uma equipa vinda da II Liga, que depois de ter feito um final de temporada espectacular (recuperou várias posições em poucas jornadas e no sprint final conquistou o título) mantém a pedalada e continua a impressionar os amantes do bom futebol. A atitude reúne quase todos os ingredientes exigidos pelos manuais: nítida vocação ofensiva, assente em unidades lutadoras mas com qualidades técnicas apreciáveis, capazes de impor um estilo próprio de jogo. Pedras nucleares dessa estratégia têm sido os três médios-ofensivos ¿ Beto, Rafael e Marco Paulo ¿ e o médio de recuperação Glauber. A consistência vem deste núcleo, mas a diferença, o tal toque final que dá vitórias sucessivas a uma equipa, tem estado nos dois homens da frente: Rafael e Paulo Vida. 

Dois goleadores nos seis melhores da I Liga 

Este esquema já deu provas de estar rotinado, ou não tivesse sido já experimentado na época passada. Aqui está, uma vez mais, a prova de como pode haver vantagens em manter uma estrutura. Das unidades acima referidas, só Beto e Glauber entraram esta época, mas ambos rapidamente se adaptaram ao estilo de jogo já implementado. Lá atrás, passa-se o mesmo: Pedro, que era por muitos considerado o melhor guarda-redes da II Liga, tem confirmado credenciais na sua primeira experiência na divisão principal. Paulito, que na época passada actuava a lateral-esquerdo, passou para as mesmas funções no lado oposto, para que Zé Nando, contratado ao Gil Vicente, pudesse ser aproveitado no seu lugar habitual. A dupla de centrais manteve-se (Adalberto e João Armando), existindo alternativas à altura (Gaspar e Alfredo Bóia). 

E os resultados estão à vista: a acutilância atacante dos pacenses faz com que a formação de José Mota consiga colocar dois jogadores entre os seis melhores marcadores da I Liga ¿ Rafael. É, aliás, a única que tem mais do que um elemento entre os seis mais concretizadores do campeonato, um pormenor que se junta ao de Paulo Vida ser o melhor português (Pena é brasileiro, Fehér é húngaro, Hassan é marroquino, Acosta é argentino...) 
 

- Até onde pode ir o Paços de Ferreira?

- Rafael em dúvida no Paços