O FC Porto de Paulo Fonseca não entusiasma, mas se olharmos apenas para os resultados o cenário não é totalmente desastrado. A equipa mantém-se na luta pelo título, está nas meias-finais da Taça de Portugal e da Taça da Liga e prepara-se para disputar os 16-avos-de-final da Liga Europa.

A fase decisiva da época servirá para ditar o sucesso e o fracasso, sendo que a reabertura do mercado trouxe alterações na composição da equipa. Sem Otamendi e Lucho, o treinador aproveitou para alterar o figurino da equipa e o jogo deste domingo com o Paços de Ferreira serviu para assinalar diferenças no onze, mas também nas lideranças em campo.

Quaresma é, agora, a grande referência da equipa. E não só a nível tático, mas acima de tudo em termos de liderança. Não seria de admirar que viesse a segurar a braçadeira de capitão num futuro próximo. A influência é crescente, como se o extremo nunca tivesse saído do Dragão.

Frente ao Paços de Ferreira Queresma foi o líder em todas as circunstâncias. Foi ele quem mais jogo construiu, mais cruzamentos fez, que marcou todas as bolas paradas, dos cantos aos livres, e obviamente a grande penalidade no final da primeira parte que desbloqueou o caminho para o triunfo. Josué terá perdido o seu título de marcador oficial de penaltis, agora que Quaresma está em campo e é o dono da bola.



Quaresma não precisou de muito tempo para afirmar a sua qualidade. Se dúvidas houvesse sobre o seu estado físico ou mesmo sobre a sua capacidade para decidir jogos, o extremo tem deixado em campo a certeza de que está pronto para assumir responsabilidades. Aos 30 anos é um jogador totalmente consciente dos seus atributos e deixou de ter aqueles momentos de apagamento ou até de disparate completo.

Nos sete jogos já realizados no regresso ao Dragão só no primeiro (na Luz, com o Benfica) não foi titular, mas apenas em duas ocasiões jogou os 90 minutos (ambos com o Marítimo). Marcou três golos, um na Taça da Liga (de cabeça, com o Penafiel), um na Taça de Portugal (com o Estoril) e agora no campeonato, com o Paços de Ferreira. Quaresma não marcava na Liga portuguesa desde 27 de abril de 2008, quando apontou dois golos ao V. Guimarães.

A influência de Quaresma está a mudar o FC Porto, não só por introduzir mais qualidade nas alas, onde Paulo Fonseca ainda não tinha encontrado o aliado ideal, mas também pela constância de resultados e panóplia de soluções para resolução de problemas. Sempre que Quaresma marcou os dragões venceram, ainda que nos sete jogos que já realizou de dragão ao peito tenha sofrido a derrota por duas vezes (Benfica e Marítimo).

Para além do sucesso no FC Porto, Quaresma tem demonstrado qualidade suficiente para voltar a ser chamado por Paulo Bento e até poderá ambicionar estar presente no Mundial do Brasil. A chave do sucesso passará pela forma como vai ajudar a sua equipa a conquistar vitórias, se possível com as suas assistências e golos.