Antes que os leitores mais impacientes se apressem a criticar o jornalista, convém dizer que não há nenhum erro ortográfico: foi mesmo uma missão comprida.

Também foi cumprida, é verdade, mas foi sobretudo comprida: demorou mais de oitenta minutos até que o Chile convertesse a superioridade no jogo em golos.

A formação de Juan António Pizzi quis ganhar sempre mais, teve mais posse de bola, criou mais perigo, mas falhou invariavelmente na finalização. Vale a pena dizer, aliás, que o guarda-redes Ondoa, dos Camarões, caminhava para o prémio de melhor em campo.

No fim faltaram-lhe oito minutos para segurar a distinção.

Foi nessa altura, a oito minutos do fim, que Alexis Sanchez fugiu pela esquerda, cruzou largo e levou a bola ao encontro de Arturo Vidal, que subiu bem alto para cabecear para o fundo da baliza. Um bom golo, sem dúvida, numa excelente finalização.

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Antes disso, lá está, deu quase sempre Ondoa. O guarda-redes travou, por exemplo, Fuenzalida por duas vezes e Puch numa ocasião, com excelentes defesas.

Quando Ondoa não chegou, o Chile também não marcou. Vargas atirou ao poste, logo no primeiro minuto, Mauricio Isla falhou à boca da baliza escandalosamente.

Os Camarões, convém referi-lo, deram sempre excelente troco ao Chile. Também por isso o jogo foi bom. A seleção africana fechou-se na defesa, mas nunca deixou de sair em contra-ataque, levando algumas vezes o perigo à baliza adversária.

Pelo meio chegou mesmo a marcar, mas o golo foi anulado por falta ofesiva de Aboubakar.

O que mais sobrou deste jogo? Um festival do vídeo-árbitro.

Antes de mais, e ainda na primeira parte, Vargas marcou, os jogadores chilenos festejaram durante cerca de um minuto, até que o árbitro fez sinal de espera, que estava a consultar o vídeo-árbitro. Depois anulou o golo (e bem) por fora de jogo de Vargas.

Já no final da segunda parte, nos descontos do encontro, aconteceu ao contrário. O mesmo Vargas marcou outra vez, após um remate de Alexis Sanchez defendido por Ondoa, mas o árbitro assistente anulou o golo por fora de jogo de Sanchez no início da jogada.

O árbitro consultou o vídeo-árbitro e ao fim de cerca de um minuto de espera (o suspense destes momentos...) validou (e bem) mesmo o golo.

No final o Chile ganhou, e muito justamente, mas os Camarões não mereciam um resultado tão pesado.