Ricardo Costa treina há um mês em Valência e diz estar pronto para se estrear com o seu novo número 20 no campeonato espanhol. Em Málaga, onde o clube «ché» jogará neste sábado a primeira jornada do campeonato, o central aponta à titularidade. Em entrevista ao Maisfutebol, o internacional português assume capacidades para liderar a nova equipa no eixo da defesa, mas não fecha a porta à possibilidade de jogar no corredor direito quando o assunto é Selecção.

Sendo um central de raiz, já foi utilizado, por exemplo no último Mundial, como lateral-direito. Mas também assume que é no eixo da defesa que prefere jogar. Em que posição vê o seu futuro?

«Sim, o meu futuro passa por aí. Fui contratado para o Valencia como central, tenho jogado e treinado sempre a central e é nessa posição que vou continuar a jogar.»

E na Selecção?

«É lógico que na Selecção é outro caso, caso o mister Queiroz precise, num ou noutro jogo mais propício, para a anulação de um jogador. Mas são casos esporádicos, como aconteceu contra o Brasil, em que tinha de marcar o Robinho e também tinha o Nilmar, e contra a Espanha, em que o Villa estava a fazer muitos golos e o mister escolheu-me a mim para o anular. Isso significa que o treinador acredita nas minhas qualidades e na minha categoria para jogar. É muito importante um jogador sentir que têm confiança em si. Mas é a defesa central que me sinto melhor e em que posso render muito mais.»

Já assumiu que gosta de liderar e de dar indicações para ajudar os companheiros dentro do campo. É nesse papel de líder que se vê equipa do Valencia?

«Sim. Desde os 15 anos que jogo na selecção como capitão, no Boavista e no F.C. Porto também assumi a braçadeira de capitão. Faz parte da minha personalidade assumir e liderar. Mas liderar é uma maneira de dizer, tenho a noção que para liderar é preciso ter alguns conceitos de jogo e adquirir bem as ideias do treinador. Quando estamos atrás vemos o campo todo e queremos ajudar os colegas para não termos dissabores e fazer as coisas bem.»

Mas vê-se com a braçadeira de capitão do Valencia?

«É lógico que neste momento não penso nisso, mas, como assinei por quatro anos, no futuro, penso assumir a braçadeira de capitão. Não foi com esse objectivo que vim para o Valência, vim para dar toda a minha qualidade e ajudar o Valencia a conquistar troféus.»

Ficou com a camisola número 20, mas penso que gostaria de jogar com o número 5... Vai ter o número que deseja ou ficará com o 20?

«Em princípio vou ficar com o 20. Gostava muito do 5 e continuo a gostar, é um número que sempre admirei, fui campeão com ele no Porto muitas vezes, ganhei a Taça UEFA, a Champions, a Taça Intercontinental. Na Alemanha, fui campeão com o 5, é um número que me dá sorte. Mas o clube é novo, o 5 estava ocupado e decidi que o 20 era o que ficava bem, não tenho superstições. É como dizem aqui: Saiu-te o 20, se calhar vais jogar mais vezes do que quando jogavas com o 5.

A titularidade preocupa-o?

«Não. Tem a ver com a normalidade dos treinos. Não vim para aqui para ir para o banco, mas para jogar e ajudar. As indicações que tenho tido são para jogar e, em princípio, no sábado vou jogar.»